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Editorial

Respeitando o ritmo dos senhores deputados federais – que trabalham em câmera lenta, obstruindo pautas e usando de outras manobras permitidas no regimento interno, mas inaceitáveis em qualquer outro ambiente de trabalho – teremos enfim, na semana que se inicia, a votação de alguns pontos da reforma política.

Qual o ponto que o cidadão deve se atentar em um emaranhado de propostas? A mudança do sistema de eleição de parlamentares é o que mais preocupa os partidos, porque afeta diretamente a capacidade de eles permanecerem no poder. Distrital, distritão, distrital misto são algumas opções levantadas.

Esse debate do sistema eleitoral tem unido adversários e afastado aliados. PSDB e PT concordam em emular o processo alemão de escolha dos legisladores. Independentemente do que ficar definido, continuaremos votando, muitos sem entender o processo e outros esquecendo imediatamente o nome que acabou de digitar na urna.

Da reforma política o que nos interessa é o financiamento das campanhas eleitorais. Cobra-se desde sempre que se reduza o poderio econômico em um processo que, ao menos no papel, se propõe a promover o debate de ideias boas para o local em que vivemos.

Já sabemos onde essa influência da iniciativa privada pode chegar quando temos políticos dispostos a qualquer coisa para serem eleitos e estatais repletas de dinheiro e sem ninguém que resguarde o patrimônio construído a custa dos impostos pagos pelos cidadãos.

Outro tema que merece atenção é a cláusula de barreira e o fim da coligação proporcional. São assuntos ligados diretamente à possibilidade de se acabar com partidos que nascem para serem vendidos no mercado persa que vira o período pré-eleitoral. Em um país em que todo mundo quer ter a sua sigla, nada mais justo que sobrevivam apenas aquelas que conquistem um mínimo de eleitores. Que venha a reforma política. E que ela seja feita para nós, o povo.

 

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