Home Editoriais Economia Comércio projeta queda nas vagas temporárias em 2015

Wilmar Jardim disse que o comércio hoje “está vendendo normal”, sem aquela euforia que existiu nos últimos anos, quando houve muito acesso dos consumidores ao crédito

DA REDAÇÃO

A redução no volume de vendas e na intenção do consumo das famílias, o desemprego e a falta de confiança na economia do País estão levando os lojistas a planejarem contratar menos funcionários temporários para o fim do ano – período de maior movimento no comércio. Dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) indicam que nove em cada dez varejistas no País não vão reforçar o quadro de pessoal no último trimestre do ano.

Em Anápolis, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Wilmar Jardim, disse na sexta-feira (2) à reportagem, em conversa por telefone, que a contratação de mais mão de obra na cidade começa em novembro, mas o certo é que nesse ano elas devem cair sim. “Os comerciantes estão com seus quadros completos e trabalhando da forma mais enxuta possível”, frisou o dirigente.

Segundo Wilmar, a CDL não observou nenhuma demanda por busca de currículos ou mesmo divulgação de vagas. Mas o presidente vai uma observação com um viés otimista. “É claro que o comerciante vai sentir como serão as vendas. Tornando necessário, ele vai contratar”.

Wilmar Jardim disse que o comércio hoje “está vendendo normal”, sem aquela euforia que existiu nos últimos anos, quando houve muito acesso ao crédito. “Neste cenário é normal que se reduza as contratações”, justificou. Segundo o presidente da CDL, por outro lado não há demissões. “Temos até um saldo positivo de vagas, isso significa que o comerciante está lidando bem e tentando manter o ritmo de vendas”.

Wilmar afirmou que não crê que a contratação de temporário seja um termômetro para o comércio. “Os comerciantes estão fazendo por onde para ter boas vendas, mas é preciso ter o pé no chão nesse momento em que o consumo deve cair”, ponderou.

Em 2014, o comércio anapolino anunciou a abertura de 500 novas vagas de temporários no final do ano, mesma quantidade de 2013. Em 2012, foram abertos 400 novos postos de trabalho para atender a movimentação nas vendas do mês de dezembro.

Caged

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, o comércio anapolino sofreu retração entre os meses de janeiro e agosto desse ano, se comparado com o mesmo período de 2014.

O comércio no ano passado teve saldo positivo de 58 vagas nos primeiros oito meses. Já no acumulado desse ano, foram fechadas seis vagas, pois são 8.409 admissões e 8.415 demissões.

De maneira geral, seguindo tendência nacional, o mercado de trabalho em Anápolis perdeu 1.129 postos de trabalho nos primeiros oito meses do ano, o que representa uma retração de 82,3%. Entre janeiro e agosto de 2015 foram contratados 31.694 trabalhadores na cidade e demitidos 31.451, com saldo de 243 vagas. No mesmo período de 2014, foram 34.485 admissões e 33.113 demissões, chegando ao saldo de 1.372 novas vagas.

Números do Caged mostraram ainda que pelo quinto mês consecutivo, houve queda no nível de emprego formal celetista no país. No mês de agosto, observou-se redução de 86.543 postos de trabalho, ou o correspondente a uma variação negativa de 0,21%, em comparação ao estoque anterior.

Direitos

A lei estabelece limites para a contratação de trabalhadores temporários e eles têm muitos direitos iguais aos dos funcionários efetivos.

O temporário não pode ganhar menos e o serviço que ele presta deve ser registrado na carteira de trabalho. O trabalhador também tem direito ao 13º salário, férias, vale-transporte e fundo de garantia.

O prazo mínimo para o contrato temporário é de um mês. Ele pode ser prorrogado por até seis meses e, em casos específicos, por mais tempo ainda.

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