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ORISVALDO PIRES

Nestes dias de tribulações, permitam-me a ousadia de expressar algumas opiniões sobre Igreja e política, sob uma ótica cristã leiga, mas de considerável vivência em ambos os lados. As convicções da Igreja Católica sobre a política são claras, objetivas, transparentes e integralmente fiéis aos preceitos do Evangelho.

Sua busca permanente por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, a faz corajosamente se envolver nos debates sobre temas sociais importantes, em colaboração com os ideais do fortalecimento da democracia e da cidadania do povo. Embora alguns grupos, de fora e até de dentro, tentem em determinados momentos desvirtuar estas regras.

A Igreja, céu e terra, humano e divino, tem por assim dizer a missão de conduzir seu povo ao Criador e, durante esta caminhada, observar também suas necessidades, oferecer com base no Evangelho uma solução cristã para os problemas sérios que os homens enfrentam. Ajudá-los a cumprir sua jornada.
No entanto, estabelece critérios rigorosos a serem seguidos. Diz a Igreja: “Não cabe aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Essa tarefa faz parte da vocação dos fiéis leigos, que agem por própria iniciativa com seus concidadãos… Terá sempre em vista o bem comum e se conformará com a mensagem evangélica e com a doutrina da Igreja. Cabe aos fiéis leigos “animar as realidades temporais com um zelo cristão e comportar-se como artesãos da paz e da justiça” (SRS 42). (CIC §2442)

A Doutrina Social da Igreja (DSI) é o alicerce que sustenta o conjunto de orientações da Igreja Católica, perpetuadas em documentos, encíclicas e orientações dos papas ao longo dos tempos, para nortear princípios, critérios e diretrizes sobre a organização social e política dos povos.

A DSI volta seu olhar aos princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana, os direitos e liberdades, e a família. No entanto, nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, a existência da Doutrina Social da Igreja não implica a participação do clero na política, que é expressamente proibida.

É essencial que entendamos o papel da Igreja no contexto do debate político-social. A Igreja não é partido político, não tem cor partidária. Não tem por finalidade apresentar listas com sugestão de nomes de candidatos. Mas adota a prática de orientar o cristão católico a votar com sua consciência, com liberdade, em pessoas que apresentem critérios éticos, morais, dignos e cristãos.

 

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