Home Geral PT X PSDB: “clássico” da Câmara Municipal

JÚLIO DE PAULA

Depois que foi encerrado o troca-troca partidário, no início de abril, os próximos meses serão de muitas divergências entre dois grupos que se fortaleceram na Câmara Municipal. Pelo menos é o que se espera na prática. PT e PSDB, que devem polarizar a disputa pela Prefeitura Municipal de Anápolis, saíram fortalecidos em suas bancadas no Poder Legislativo. No montante total, mais de um terço (1/3) dos parlamentares pertence aos dois partidos, que desde 1994 dominam as disputas nacionais.

O Partido dos Trabalhadores se fortaleceu com o retorno de Luiz Lacerda à Câmara. Ele, que estava de licença do Poder Legislativo, pois atuava como secretário municipal de João Gomes, já foi presidente, conhece todas as nuances e mistérios da Casa de Leis, e retorna ao posto, ocupado anteriormente por Alfredo Landim. Ou seja, o Partido dos Trabalhadores possui cinco nomes – Lisieux José Borges, Professora Geli, Eber Mamede, Dinamélia Rabelo e Luiz Lacerda – para brigar pela sua imagem e ideologias.

Os petistas perderam um vereador. Wilmar Silvestre, pastor, passou a fazer companhia a outro religioso e representante do meio evangélico: Wederson Lopes. Os dois agora respondem pelo Partido Social Cristão – PSC, que tem como presidente municipal, Valeriano Filho, pré-candidato a prefeito, valorizado por Antônio Gomide e o atual prefeito em suas gestões, e que anuncia altos investimentos para a campanha da eleição do mês de outubro.

A mudança mais comentada, valorizada e sentida na pele foi a dos três vereadores do SD, que buscaram abrigo e força no PSDB, bem representados por Mirian Garcia e Fernando Cunha. Mauro Severiano, Vespa e Pedrinho Porto Rico, ex-defensores do grupo do prefeito e da administração anterior, migraram para a ala tucana, depois que Carlos Antônio, único deputado estadual por Anápolis, surgiu como pré-candidato a prefeito.

O quarteto do PSDB tem o apoio do deputado estadual e, principalmente, do governador Marconi Perillo, reeleito com milhares de votos de anapolinos no 1º e 2º turnos do pleito passado. O mandatário estadual inclusive sempre almejou a eleger um candidato a prefeito em Anápolis e ele sabe que este ano tem grande chance de acontecer se uma chapa for bem planejada e estruturada.

Amilton Filho, vice-presidente da Câmara, e que tinha sido ventilada sua ida ao PSDB, passou a ser representante isolado do Solidariedade. Enfim, Pedro Mariano – campeão de votos na última eleição – saiu do PP e agora pertence ao PRP. Em 2012, ele atingiu 3.316 votos e se tornou o legislador mais votado da história de Anápolis, mas não ficou no Partido Progressista após o seu enfraquecimento com a saída do vice-governador José Eliton.

De acordo com o presidente anapolino do PSDB, os novos integrantes partidários terão de investir numa postura mais agressiva e oposicionista. Erivelson Filho disse, em vários meios de comunicação, que cobrar da Prefeitura e de suas ações será notória a partir de agora. Forte e com quatro membros (Fernando Cunha permanece de licença e em seu lugar está o democrata Miguel Marrula), os tucanos querem usar o espaço do Plenário e fora dele para abocanhar mais eleitores.

A polarização citada no início deste texto, então, deve acirrar ânimos e transformar as discussões mais acaloradas na Câmara. O confronto entre PT e PSDB se tornou o “clássico” da vez.  Os antigos parceiros são os atuais rivais a partir de agora. A rivalidade existe e está aí para ser provada. Até porque, em menos de dois meses, Câmara e Senado devem votar tudo sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e, em menos de 180 dias, Anápolis conhecerá seus novos legisladores para os próximos quatro anos.

 

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