Home Editoriais Política Anápolis caminha para recorde de candidatos a vereador em 2016

A tendência é que a marca de 2012, com 508 postulantes, seja batida tranquilamente na disputa deste ano. Dezesseis partidos confirmaram chapa pura, com 35 postulantes cada

MARCOS VIEIRA

A disputa eleitoral de 2012 ficou marcada pelo grande número de candidatos a vereador em Anápolis. Um ano antes, a Câmara Municipal havia aprovado o aumento de cadeiras na Casa, de 15 para 23, o que fez com que muito mais pessoas acreditassem na possibilidade de vitória. O salto, então, foi de 180%: de 281 postulantes em 2008 para 508 em 2012.

Uma nova mudança, dessa vez na regra das coligações, faz com que Anápolis caminhe para um novo recorde de candidaturas a vereador, batendo consideravelmente a marca do pleito passado. A reportagem conseguiu contato, na última quinta-feira (23), com 29 presidentes de partidos da cidade, dos 31 ativos atualmente (no Brasil são 35 siglas) e 16 confirmaram lançamento de chapa completa, pura, com 35 nomes, o que dá 560 candidatos.

A coligação PPL-PCdoB-PMN, anunciada nessa última semana, lançará 35 nomes. O PR tem 34 pré-candidatos. O PEN projeta pelo menos 15 nomes na disputa proporcional. Já são 644 candidatos a vereador. A REDE e o PRP não possuem quantidade de pré-candidatos para uma chapa pura, mas terão ao menos uma dezena de nomes colocados possivelmente em alianças. O PSDC tem 25 pré-candidatos. Só aí já são quase 700 postulantes. E essa conta não para de crescer.

Até a eleição passada, uma coligação poderia lançar candidatos até 200% o número de cadeiras na Câmara Municipal. No caso de Anápolis, isso dava 46 vagas. Agora, a união de partidos na chapa proporcional não muda a quantidade, que continua igual a das siglas sozinhas: até 150% as cadeiras da Câmara, o que dá 35 vagas.

Essa mudança fez com que partidos com grande número de filiados, ou que conseguiram se organizar e convencer cidadãos a disputar mandato, preferissem a chapa pura para preencher as 35 vagas disponíveis aos candidatos a vereador.

É o caso do PSDB, que segundo o seu presidente, Erivelson Borges, lutará para manter as cinco cadeiras que possui hoje na Câmara Municipal. O lançamento de 35 candidatos também é a primeira opção do PT, informa a presidente Geli Sanches. “Mas estamos sempre abertos para alianças”, frisa. O PT tem o desafio de ao menos repetir o desempenho de 2012, quando conquistou seis vagas de vereador.

O PRP, que hoje tem 27 pré-candidatos, deve coligar com o PT. É o que informa o presidente da sigla, Walter Rodrigues, que diz ainda que a partir dessa aliança, definirá o número de postulantes que seu partido colocará na disputa. O PRP tem em seus quadros o recordista Pedro Mariano, que em 2012 alcançou 3316 votos.

O presidente do SD, vereador Amilton Filho, também confirma que seu partido fará coligação porque não tem candidatos suficientes para uma chapa completa. “Será com um partido da base do prefeito João Gomes”, explica. A quantidade de nomes na disputa ainda não foi definida, mas o SD quer garantir no mínimo duas vagas na Câmara.

Dois aliados de João Gomes, PCdoB e PMN, se juntaram ao PPL – que já tinha caminhado com o PT no pleito passado – para formar uma coligação e lançar 35 candidatos. “Desse grupo poderemos eleger três vereadores, com possibilidade de mais um na sobra”, avalia o presidente do PPL, Daniane Marinho.

Quatro partidos que formam o chamado blocão pretendem ir de chapa pura: DEM, PTB, PSC e PMDB. O presidente do Democratas, Carlos César Toledo, diz que não descarta uma coligação, mas apenas com um partido menor, que ocuparia poucas vagas do máximo de 35 permitidas pela legislação. Quanto às chances de conquista de cadeiras, ele fala em duas. “Para ser realista”, comenta.

O PTB também tem trabalhado com chapa pura, com expectativa de pelo menos quatro eleitos. O PSC projeta três eleitos, podendo chegar a quatro. Em relação a uma aliança, o presidente Valeriano Filho conta que isso só aconteceria dentro de um acordo que envolveria a chapa majoritária. “Mas por enquanto é algo remoto”, diz.

O PMDB também terá chapa completa, diz o presidente Eli Rosa, com expectativa de conquistar três cadeiras na Câmara.

Quatro partidos terão que cortar pré-candidatos para se adequarem aos 35 permitidos: PPS, PSB, PTdoB e PHS. O presidente do PPS, André Almeida, diz que são 46 nomes querendo disputar uma vaga na Câmara dentro da agremiação. No PSB, o vereador Jakson Charles informa que existem 48 pré-candidatos. No PTdoB, o presidente Sérgio Moraes fala em 40 pré-candidatos.

No PRB, o presidente Gérson Santana aponta 43 postulantes. O ex-presidente da Câmara Municipal, que deve tentar retornar ao Legislativo depois de ter concorrido ao mandato de prefeito em 2012, calcula que o seu partido possa conquistar duas cadeiras neste ano. Gérson analisa de forma minuciosa as chances de voto da sua chapa e lembra que no pleito passado, com 19 candidatos, faltaram apenas 780 votos para que o PRB elegesse um vereador.

O PTN também terá chapa completa de vereadores. O presidente Vander Lúcio Barbosa analisa que é possível eleger três vereadores. “Com candidato majoritário, podemos chegar a quatro”, afirma. O PSD também faz o cálculo de três cadeiras conquistadas a partir de uma chapa completa, tendência confirmada pelo presidente Thiago Souza.

Segundo o presidente do PV, Domingos Paula, seu partido não terá necessidade de se coligar. Ele calcula a conquista de duas vagas. No PRTB, o presidente Josmar Moura também confirma chapa completa, com chance de eleger até três vereadores, mas não descarta uma aliança com uma sigla que tenha poucos candidatos. “A maior probabilidade é de chapa pura, mas podem surgir outras situações”, explica.

O PSL, com 35 pré-candidatos disponíveis, faz uma projeção otimista. “Temos uma chapa boa, vamos ter ao menos quatro eleitos”, conta a presidente Joyce Cristina Germano.

No PEN, o presidente João Vaz fala que são 15 pré-candidatos a vereador. Ele cogita aliança com dois partidos que prometem chapa pura – PPS e PV – e outro que possui 14 pré-candidatos, a REDE. O porta-voz Alair Martins afirma que seu partido não lançará todos os nomes à disposição, e que a REDE tem conversado com diversas siglas em busca de uma aliança.

No PR, o presidente Hélio Araújo confirma 34 pré-candidatos, diz que a ideia é não coligar com ninguém na proporcional e projeta ao menos três eleitos ao final do processo. O PROS é uma incógnita, mas o seu presidente, Alessandro Ferreira, afirma que há chance de lançamento de chapa pura.

O PP ainda não tem nenhuma projeção de candidaturas a vereador. “Estamos reestruturando o partido”, diz o presidente Jorge Alves Rodrigues. Já o PSDC, de Ernani de Paula, possui de 20 a 25 pré-candidatos, com clara tendência de coligação com outro partido.

A reportagem conversou com a presidente do PMB em Goiás, Rose Guimarães, que explicou estar ainda regularizando o partido. Antes disso, nada de projeção de candidaturas. O presidente do PSOL, Elber Sampaio, disse que os filiados ainda estão analisando a possibilidade de participarem da eleição. O JE não conseguiu contato com PDT e PTC.

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