Home Editoriais Política Prefeito Roberto Naves diz que ETA de Anápolis está no limite

MARCOS VIEIRA

O prefeito Roberto Naves (PTB) disse que fez um único pedido ao governador Marconi Perillo (PSDB) desde que assumiu o mandato: a resolução do problema de falta de água em Anápolis. Segundo ele, o tucano afirmou que em 30 dias apresentará um plano de ação para a unidade local da Saneago, que uma vez concluído acabará com uma crise que se agrava cada vez com o passar dos anos, de torneiras secas em vários bairros no período de estiagem.

“Anápolis tem água para mais três anos”, disse Roberto para uma plateia de agropecuaristas. O prefeito visitou o Sindicato Rural de Anápolis na última segunda-feira (24) e foi questionado sobre o que fará para resolver a situação. Segundo ele, a Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade tem capacidade para 800 mil litros por hora. Hoje trabalha com 750 mil.

Os produtores rurais da região do Ribeirão Piancó foram incluídos, no ano passado, nos motivos pela falta de água em Anápolis. Alguns foram alvos de ação da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema). A Saneago alegou que o uso excessivo da água para a irrigação reduz o volume do manancial que abastece 80% da cidade.

Roberto Naves falou que são precisos R$ 118 milhões para acabar com o problema da falta de água. Uma das saídas seria a Prefeitura de Anápolis contrair empréstimo desse dinheiro, que seria pago pela Saneago mensalmente ao município, com a verba que a empresa arrecada na própria cidade.

Segundo o prefeito, isso não é possível porque a prefeitura não tem capacidade de endividamento desse valor, pois contraiu empréstimo de R$ 74 milhões para o pacote de obras da mobilidade urbana. Roberto disse que é possível conseguir R$ 50 milhões, mas nem isso está definido, pois existe uma promessa do governo estadual de garantir o montante por completo para Anápolis.

Essa proposta de empréstimo em nome da prefeitura para bancar a obra da Saneago foi tentada em 2009, mas não foi concretizada. Uma lei enviada pelo então prefeito Antônio Gomide (PT) chegou a ser aprovada na Câmara, autorizando que a administração contraísse empréstimo de R$ 63 milhões para as obras de saneamento, que também seriam pagos ao longo dos anos pela empresa estatal.

Em 2009, o total para as obras na cidade seria de R$ 104 milhões. Além do empréstimo, a Saneago entraria com R$ 41 milhões. A empresa até começou a realizar algumas obras, mas não conseguiu passar para a segunda etapa. Foi tentado, inclusive, empréstimos junto ao BNDES ou recursos via FGTS, mas nada deu certo.

O Estado tem sinalizado que aplicará R$ 15 milhões em obras em Anápolis em 2017. Esse montante garantiria uma mudança significativa no panorama, aliviando para a população e adiando a municipalização do sistema, uma das promessas de campanha do prefeito Roberto Naves. A Saneago é dona da concessão do serviço na cidade até 2023.

Demandas
A visita do prefeito ao Sindicato Rural também tratou de temas como a melhoria da estrutura do Mercado do Produtor e a volta da Exposição Agropecuária de Anápolis (Expoana). Roberto foi recebido pelo presidente da entidade, Pedro Olímpio, e pelo vice-presidente, José Caixeta.

“Não podemos focar só na área da indústria. Temos que valorizar os dois setores, pois essa composição é que vai fazer com que a cidade seja economicamente saudável”, disse o prefeito. Roberto disse que está sintonizado com os anseios dos produtores, através do sindicato. Prova disso foi a indicada da entidade, Nerci Ribeiro, para o cargo de diretora de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Prefeitura de Anápolis. “É uma pessoa que tem uma história dentro do sindicato e que conhece a realidade dos produtores rurais”, disse.

Uma das novidades anunciadas na reunião foi a ajuda que a prefeitura passará a dar ao programa de equoterapia do Sindicato Rural. “Tudo que visa melhorar a vida das pessoas, principalmente daquelas que mais precisam, nós faremos. Pretendemos intensificar essa parceria da Diretoria de Agricultura e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico com o Sindicato Rural e, inclusive, incluir a Secretaria de Desenvolvimento Social nesse contexto”, informou o prefeito.

A situação do Mercado do Produtor foi outro assunto discutido na reunião. “Temos uma estrutura antiga, defasada. Já nos foi apresentado um projeto para uma nova estrutura. Vamos discutir com os produtores e buscar parceiros para esse empreendimento”, falou o prefeito.

O vice-presidente do Sindicato, José Caixeta, aproveitou a presença do prefeito para pedir o apoio na realização da 61ª Expoana, que não aconteceu no ano passado. Roberto Naves assinalou positivamente em relação à parceria para promover a festa.

1 resposta a este post
  1. Bom não acredito que o problema da falta de água seja simplesmente investimento na captação da água no sistema Piancó, quem conhece a região sabe que a cada ano que passa a vazão do ribeirão diminui, área degradada pela agricultura e pecuária, falta ou insuficiência de mata ciliar em varias partes do ribeirão entre outros problemas. A cidade de Anápolis tem crescido de forma desordenada devido a especulação imobiliária e o poder público não tem mostrado a miníma preocupação de onde vão tirar água para a população, liberando um loteamento atrás do outro. Mas quanto de água o Ribeirão Piancó produz por ano e qual a verdadeira demanda de água da cidade, esses números ninguém comenta. Porque não começar a trabalhar em projetos de aproveitamento das águas tratadas pelas ETE (estação de tratamento de esgoto), ou neste tratamento também esta havendo falhas. São questionamentos que todos deveriam fazer e não o fazem.
    Mas a unica certeza é podem gastar 50, 100 ou 200 milhões, obras que vão demorar mais de 4 anos para se concluir e os problemas de falta de água permaneceram porque não pensam em projetos para solucionar os problemas vindouros e sim fazem projetos para tampar o buraco do problema do presente. A do futuro deixa para outro gestor tomar conta essa é a verdade.

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