Home Editoriais Política Eleição de 2018 já desperta a atenção de alguns vereadores

FERNANDA MORAIS

Trata-se de uma máxima no mundo político: o fim de uma eleição é também o começo dos preparativos para a próxima disputa. Os partidos políticos lidam bem com isso e três meses depois da posse de prefeitos e vereadores – e a acomodação de algumas siglas em secretarias – é hora de pensar em 2018, quando os eleitores vão às urnas para escolher deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República.

O foco de pré-candidaturas para o Legislativo estadual ou federal, lógico, começa na Câmara Municipal. A reportagem do JE conversou com os 23 vereadores nesta última semana. Alguns assumem que podem disputar um cargo eletivo no próximo ano, mas a maioria ainda prefere deixar as possibilidades em aberto ou empurrar a responsabilidade da escolha para seus partidos.

O PT tem a maior bancada da Casa com os vereadores Antônio Gomide, Luiz Lacerda, Professora Geli Sanches e Lisieux José Borges. Ex-prefeito, Gomide afirma que não tem interesse em disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, mas que participa de discussões sobre uma possível composição na majoritária para o Governo de Goiás – na cabeça ou como vice –, ou até mesmo cogita tentar uma cadeira no Senado.

Geli Sanches destaca que sempre será uma defensora da participação da mulher na política. A petista conta que seu nome está à disposição do partido e que, caso consiga apoio interno da sigla, ela cogita a possibilidade disputar uma vaga na Assembleia. Luiz Lacerda também defende a indicação de um candidato a deputado estadual pelo PT. “Desde que o partido se junte em torno desse nome. E eu estou disposto a ajudar o partido”, comenta. Já Lisieux confirma que é pré-candidato ao pleito de 2018. “Mas que seja uma decisão conjunta entre os integrantes do partido. Uma campanha estadual precisa de apoio”, ressalta.

A segunda maior bancada da Câmara é composta pelos tucanos Mauro Severiano, Américo Ferreira e Pastor Elias. Mauro, que está em seu sétimo mandato consecutivo no Legislativo anapolino, afirma que no momento não é pré-candidato a nenhum cargo eletivo em 2018. Américo também diz que não vai entrar na disputa do próximo ano. Já o Pastor Elias deixa a situação em condicional. “Por enquanto não sou candidato, mas sou um soldado do partido e como tal, estou à disposição”, comenta.

Afinados
Os vereadores do PSL, Deusmar Japão e Thaís Souza, mostram sintonia em seus posicionamentos. Os dois, eleitos pela primeira vez em outubro do ano passado, afirmam que estão focados em seus mandatos na Câmara Municipal. Lélio Alvarenga e Vilma Rodrigues, ambos do PSC, também contam que, como vereadores de primeiro mandato, ainda têm muito a aprender. “Mas o PSC tem bons nomes em seus quadros, como o do secretário de Defesa do Consumidor, Valeriano Abreu”, aponta Vilma Rodrigues.

Jean Carlos, do PTB, afirma que se o seu partido se unir em torno de seu nome, ele tem interesse e está disponível para pleitear uma cadeira na Assembleia Legislativa. Já seu colega de bancada na Câmara, vereador Leandro Ribeiro, acredita que ainda é muito cedo para tratar do assunto.

Já Teles Júnior (PMN) fala que “só vai pensar 2018 em 2018”. “Estou focado nesse meu primeiro ano de mandato como vereador. Luzimar Silva (PMN) está definido a não disputar a eleição em 2018. “Certeza absoluta que não”, ressalta o vereador.

A peemedebista Elinner Rosa também deu certeza que não pretende disputar o pleito em 2018. “Defendo que o meu pai [ex-vereador Eli Rosa], seja o nome do PMDB para uma vaga na Assembleia”, revela a vereadora.

O vereador Valdete Fernandes, do PDT, afirma que seu futuro político para o próximo ano será discutido somente após a eleição que definirá o comando do diretório do partido em Anápolis, prevista para o primeiro semestre deste ano. Jakson Charles (PSB) descarta qualquer possibilidade eleitoral para 2018. “Não sou pré-candidato a nada”, afirma o vereador.

Domingos Paula (PV) também diz que “provavelmente” não disputará as eleições do próximo ano. “Estou focado no meu mandato e no meu trabalho pela cidade”, comenta. O representante do PHS na Câmara, vereador João da Luz, conta que tem interesse em tentar uma vaga na Assembleia, mas por enquanto, “não tem nada definido”. “Temos que trabalhar em sintonia com o partido”, completa.

Pedro Mariano, eleito em outubro de 2016 para seu quarto mandato no Legislativo, desta vez pelo PRP, coloca seu nome à disposição da legenda. Fernando Paiva (PTN) diz que é pré-candidato, mas reconhece que outros colegas de partido também têm interesse em participar do pleito visando a Assembleia Legislativa. “Temos que conversar internamente para chegar à definição de um nome”, relata.

Já o presidente da Câmara Municipal, vereador Amilton Filho, confirma que é pré-candidato pelo Solidariedade e que seu interesse nas eleições do próximo ano é uma vaga no Legislativo estadual.

Pulverização
A quantidade de políticos anapolinos que lançaram seus nomes na tentativa de uma vaga na Assembleia Legislativa nos dois últimos pleitos (2010 e 2014) acabou prejudicando a representatividade da cidade. Em 2010, por exemplo, dos 16 candidatos que comprovaram domicílio eleitoral em Anápolis, apenas dois tiveram êxito nas urnas: Carlos Antonio, hoje do PSDB, à época PSC, e José de Lima, pelo PDT. Hoje, o ex-deputado é do Partido Verde.

Em 2014 a situação foi ainda pior: 27 candidatos com domicílio eleitoral na cidade colocaram seus nomes na disputa por uma cadeira no Legislativo estadual. Apenas, um o atual deputado Carlos Antonio, que, naquele ano, disputou o pleito pelo Solidariedade, conseguiu ser reeleito.

A cidade, que já teve cinco deputados estaduais, é conhecida pela pulverização de seus votos. Além da quantidade de nomes que são levados às urnas, o município enfrenta ainda o problema dos conhecidos candidatos forasteiros, aqueles que não são de Anápolis, mas sempre se apresentam como candidatos apoiados pela população. Muitos deles acabam levando votos dos eleitores prejudicando a eleição de deputados locais.

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