Home Editoriais Economia “Temos uma economia forte e vocação logística inigualável”

Secretário de Desenvolvimento Econômico fala das qualidades de Anápolis e entraves para cidade voltar a crescer

FERNANDA MORAIS

Há dois meses no comando da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Turismo, Vander Lúcio Barbosa faz uma análise do cenário atual na sua área. Segundo ele, os líderes políticos da cidade têm trabalhado para amenizar os impactos negativos gerados a partir da atual crise política nacional. De acordo com Vander, a Prefeitura de Anápolis, em parceria com órgãos do governo estadual, elabora e implanta projetos que beneficiam os empresários que já estão na cidade ou aqueles que procuram o munícipio para instalar os seus negócios. Uma das novidades que em breve deve se concretizar na cidade é o Rápido Empresarial. Veja na entrevista os detalhes dessa iniciativa.

A pasta possui estrutura física e de profissionais para ajudar a induzir o desenvolvimento econômico de Anápolis?
A estrutura física ocupada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, embora muito modesta e diria até, simplória, a mim e a minha equipe, em especial, não incomoda. Mas, é preciso reconhecer que, apesar de estarmos sediados em um local nobre e de fácil acesso àqueles que precisam dos serviços da pasta, nossas acanhadas estruturas não mostram, não retratam, o espírito empreendedor daquela que é a principal cidade industrial do Centro-Oeste brasileiro. Anápolis, como sabemos, sedia um dos principais polos farmacêuticos da América do Sul, tem forte presença de empresas ligadas ao comércio atacadista de secos e molhados. Temos uma economia forte, invejável e uma vocação logística inigualável. Estamos em primeiro lugar no ranking de competitividade e desenvolvimento divulgado pela Secretaria Estadual de Planejamento. Por tudo isso e muito mais, e esse também é o pensamento do prefeito Roberto Naves, o local não é apropriado para se receber dignamente os empreendedores de toda natureza que buscam nossos serviços. Pretendemos, por orientação do próprio prefeito, mudar de prédio o quanto antes. Mas, no entanto, é preciso um pouco de paciência, pois, a Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Turismo, pretende para breve instalar o Rápido Empresarial, onde vamos implantar um serviço diferenciado de atendimento ao empreendedor em parceria com outros órgãos governamentais com o intuito de dar maior celeridade aos processos constitutivos das empresas.

E sobre a estrutura de profissionais da pasta?
A pasta é dividida em duas diretorias. A de Indústria, Serviços, Comércio e Turismo; e a de Agricultura, com os seus respectivos gerentes. Estamos aptos, tecnicamente, a assistir de maneira responsável e satisfatória a todas as demandas que são apresentadas. Administramos 33 feiras livres, além dos sete feirões cobertos; temos ainda o Mercado do Produtor; Mercado Municipal; Centro Comercial dos Ambulantes (Camelódromo); Shopping dos Bonecos e a Feira Artesana. Estamos sempre atentos e trabalhando para captar novos empreendimentos para Anápolis visando fomentar a nossa economia. É preciso, apesar de toda a crise político-econômica-administrativa por qual passa o País, trabalhar com fé, esperança, determinação e habilidade profissional para conseguir alavancar os nossos índices de emprego e de renda. Estamos trabalhando com muita motivação para fechar o primeiro ano da administração do prefeito Roberto Naves com um saldo positivo e mais animador do que encontramos quando assumimos a secretaria há exatos dois meses.

Anápolis já é conhecida pelo seu distrito agroindustrial. O entrave mesmo é a falta de áreas novas para vinda de mais empresas?
Os entraves não são apenas por falta de áreas no Daia. Os problemas enfrentados para se incrementar uma nova ordem econômica em Anápolis são diversos, como, por exemplo, a própria situação em caráter nacional que estamos enfrentando já há alguns anos e que, neste momento, se agrava de maneira aterrorizante. Que empresário, que grupo financeiro se sente confortável, seguro para empreender, apostar as suas economias num momento tão difícil politicamente como este? Que confiança, que sensação de segurança o governo, em todas as suas esferas, pode dar ao empregador, ao produtor, ao lojista, ao industrial? Enfrentamos, também, as dificuldades impostas pelo recém aprovado Plano Diretor do Município. O prefeito Roberto Naves disse, inclusive, ao receber a “Carta de Anápolis” proposta pelo Fórum Empresarial capitaneado pela Acia, que não tem como bancar a expansão urbana conforme aprovada na Câmara Municipal no ano passado. Infelizmente é preciso que, novamente, seja instalada uma nova proposta para mudança da legislação, quanto ao uso e parcelamento do solo (loteamentos). Outro problema que Anápolis enfrenta é o da água, embora o prefeito Roberto Naves esteja confiante que o Governo do Estado e a própria Saneago honrem, e para breve, com as promessas de se colocar um fim à falta do benefício no município. Outro entrave é a pouca oferta de energia elétrica para Anápolis. As nossas autoridades, assim como a classe empresarial, têm cobrado, insistentemente, que esta situação seja resolvida o quanto antes pela Celg. Mas, apesar desses percalços, não podemos perder a esperança de dias melhores.

O que pode ser feito de maneira mais imediata?
Os técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico estão trabalhando, em conjunto com a Codego e a Secima, órgãos do Governo do Estado, para solucionar os problemas de infraestrutura, de segurança, de regularização fundiária e de danos ao meio ambiente que atualmente afligem as empresas instaladas no Daia. Pretendemos implantar ainda este ano, como já disse, o Rápido Empresarial. Estamos propondo a criação de uma política pública de qualificação, de incentivos e amparo legal para que as empresas comerciais e de prestação de serviços se instalem em Anápolis. Estamos esperançosos quanto à promessa de conclusão das obras do Aeroporto de Cargas, da Plataforma Logística Multimodal, do Centro de Convenções e de outros projetos inacabados no município. Está em nossos planos promover uma reorganização e uma reestruturação do segmento atacadista e de hortifrutigranjeiro de nossa cidade. Precisamos, com urgência, criar uma infraestrutura necessária, e apropriada, para dinamizar os negócios desses e de outros setores. Enfim, sabemos que as dificuldades são enormes, mas, não podemos perder o foco por conta dos vários entraves.

Qual a principal missão que o prefeito deu ao senhor?
Foi a de preparar um ambiente seguro, acolhedor e eficiente para o empresário, para o prestador de serviço e para aqueles que desejam investir na cidade. Num sentido figurado, preparar o terreno para que o prefeito promova, o quanto antes, a retomada do crescimento econômico, a retomada da geração de empregos, renda e divisas para o município. Em resumo, foi essa a missão. E é que estamos fazendo, estamos trabalhando para isso. Eu, minha equipe, todos os secretários e agentes públicos municipais estamos envolvidos e compromissados com o desenvolvimento econômico e social de Anápolis.

O que representa ter um anapolino, Francisco Pontes, na Secretaria de Desenvolvimento de Goiás?
Todo secretário de Desenvolvimento Econômico dos municípios gostaria de ter a nossa sorte: um secretário de linhagem desenvolvimentista da sua cidade no âmbito estadual. Mas, essa sorte não foi fruto do acaso. Com muita habilidade, com muito respeito a todas as outras lideranças políticas de nossa cidade e, em especial do Estado, o prefeito Roberto Naves pavimentou a estrada que conduziu o Chico à condição de Secretário de Estado. O secretário Francisco Pontes, meu amigo desde quando chegou a Anápolis, há 28 anos, é um profundo conhecedor dos problemas que enfrentamos para desenvolver a economia interna. Conhece o Daia como poucos, tem uma empresa instalada no Distrito há 13 anos. É membro do Conselho Diretor da Acia e da Fieg. E o mais importante: ele está muito motivado a ouvir e a ajudar a resolver as demandas de Anápolis. Enfim, o Chico é um grande parceiro de Anápolis. Isso faz uma diferença especial.

Problemas como violência crescente e trânsito atrapalham a atração de investimentos para Anápolis?
Violência crescente e trânsito emperrado não são males somente de Anápolis. São graves problemas enfrentados por quase todas as cidades brasileiras. No entanto, esse conjunto de problemas não deixa de ser um ponto negativo que enfrentamos quando se fala em atrair investimentos para nossa cidade. Temos que reconhecer que os nossos gestores maiores estão trabalhando, exaustivamente, para que esta situação seja amenizada. Esperamos que as nossas forças de segurança encontrem uma maneira eficiente de barrar essa escalada da violência no município. Quanto às dificuldades de mobilidade urbana em todos os seus aspectos, a Companhia Municipal de Trânsito e Transporte está preparando para licitar, em breve, um grande projeto para melhorar o trânsito. Tenho acompanhado, sempre que convidado pelo Carlos Toledo, diretor-geral da CMTT, e pelo Alessandro Di Carlo, diretor administrativo do órgão, os diálogos com especialistas, técnicos e engenheiros de trânsito que estão debruçados sobre os projetos que deverão mudar a dinâmica do trânsito de Anápolis.

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