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Registro do 1º campo de futebol em Anápolis é de 1921, com ênfase para o Manoel Demóstenes, o Irani Ferreira e o Jonas Duarte

ORISVALDO PIRES

O futebol é feito de gols, títulos, glórias, de paixão e de tradição. Mas, também, de templos esportivos, locais especiais que em paralelo a tudo do que é feito o futebol, ficam impressos em nossa memória. Nós os conhecemos como: estádio. É impossível, inimaginável, falar da história deste esporte, sem registrar os grandes palcos onde as alegrias e tristezas do mundo esportivo são imortalizadas.

Os historiadores, mas antigos ou contemporâneos, mantêm viva a mística do estádio de futebol. Eles contam que o primeiro time da cidade foi o Bahia Sporte Clube. Uma homenagem ao baiano Faustino Plácido do Nascimento, que doou uma área onde hoje está a Praça do Bom Jesus, para que se construísse o primeiro campo de futebol de Anápolis, no crepúsculo do ano de 1921.

Tempos depois, em 1933, surgia o Campo do Jundiahy. Nele, o primeiro gol foi de Vicente Puglisi. Era todo cercado com muros de taipa, não era gramado, nem possuía alambrado. Foi vendido para pagamento de dívidas em 1941. Depois veio o Campo Novo, construído perto do cemitério velho, na Praça Americano do Brasil. Ficou em atividade pouco tempo, do final de 1941 a meados de 1942.

Foi nesta época, precisamente em abril de 1942, que surgiu o Estádio Dr. Manoel Demóstenes Borba da Siqueira, em terreno situado acima da empresa Induspina, próximo ao armazém Delta, doado por Francisco Silvério, pai do ex-prefeito, médico Anapolino Silvério de Faria. O primeiro gol no estádio foi de Riograndino, do Annápolis Sport Club, no dia 17 de maio de 1942, na vitória de 5×1 diante do América de Morrinhos. Nele eram disputados jogos de equipes que disputavam o campeonato da Liga Anapolina de Desportos. Foi utilizado até abril de 1965.

O Estádio Dr. Manoel Demostenes era campo de chão batido, cerca de ripas em substituição ao alambrado, sem arquibancadas e banheiros, além de não possuir vestiários para os clubes e árbitros. Em 31 de agosto de 1963 surgiu o primeiro campo gramado em Anápolis, o Irany Ferreira Barbosa, o ‘Ferreirão’, estádio do Ipiranga, na gestão do presidente Dr. Syrio Quinan. A maior rivalidade era com o Anápolis.

Para financiar as obras iniciais do novo estádio municipal, na região da Vila Miguel Jorge, no início da década de 1960, o então prefeito Jonas Ferreira Alves Duarte utilizou-se dos recursos provenientes da venda dos lotes do Estádio Manoel Demóstenes. Naquele momento acontecia a profissionalização do esporte em Anápolis.

Em l0 de abril de 1965 foi inaugurado o Estádio Jonas Duarte, com a partida Seleção de Anápolis 1×4 São Paulo. Rodarte do São Paulo, marcou o primeiro gol. O estádio chegou a receber 17.800 pagantes no empate entre Anapolina 1×1 Corinthiais (SP), em 15 de setembro de 1981.

O único título de campeão goiano do futebol, primeira divisão, do futebol anapolino foi conquistado no Estádio Jonas Duarte. O Anápolis Futebol Clube, em 1965, sagrou-se campeão estadual. Daquela época para os dias atuais, foram realizados milhares de jogos, das mais variadas competições, regionais, nacionais e internacionais.

Ao longo dos tempos o estádio foi ampliado, ganhando primeiro a arquibancada descoberta, depois o fechamento da ferradura, à direita das tribunas. Nas gestões Antônio Gomide e João Gomes, teve gramado trocado e rebaixado. Nos dias atuais, na gestão Roberto Naves, está em obras o fechamento do anel da arquibancada. A capacidade do estádio, que havia sido reduzida para 10.700 pessoas, deve subir para mais de 20 mil.

O Estádio Zeca Puglise, no bairro IAPC, foi fundado em 28 de novembro de 1969, na gestão de Adhemar Santillo como Presidente da Liga Anapolina de Desportos e de Raul Balduíno, como prefeito. O terreno foi doado pelo Dr. James Fanstone, torcedor Anapolina. Desde então, é sede dos jogos dos clubes da Liga. Atualmente recebe as competições amadoras da cidade.

Vários clubes surgiram durante todo esse tempo, muitos ainda ativos, entre eles Anapolina (1948), Anatex (1958), Araguaia (1959), Goianápolis (1964), Maracanã (1959), Santa Isabel (1967) e Santa Cruz (1959).

(Fontes de Pesquisa: Liga Anapolina de Desportos, oanapolino.com, blog do Adhemar Santillo, Memórias de Anápolis II/Wolney Ronaldo Silva, e Arquivos do Futebol Goiano/João Batista Alves Filho e José Carlos Potenciano)

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