Home Editoriais Política Desafio é manter PSDB unido, diz o novo presidente tucano

Depois de intervenção do diretório estadual, consenso garantiu eleição de vereador, que agora precisa apaziguar ânimos

FERNANDA MORAIS

No dia 14 de agosto o vereador Pastor Elias Ferreira foi eleito presidente do diretório municipal do PSDB. Diferente da última eleição interna do partido, quando Erivelson Borges venceu a disputa contra Glayson Reis, desta vez os tucanos tiveram um pleito tranquilo, com a escolha do vereador por unanimidade dos votos dos presentes. O novo presidente da sigla garante que seu principal desafio será manter o grupo unido e organizado para as eleições de 2018. Segundo ele, todos os filiados, sejam da Executiva ou não, terão espaço dentro do PSDB. Outra meta de Pastor Elias é colaborar para eleição do sucessor de Marconi Perillo, o vice-governador José Eliton, ao governo do Estado. Confira a entrevista.

Todo esse processo gerou desgastes internos. O que fazer para unir os diferentes grupos?
Acredito que, da melhor forma possível, se ficou alguma coisa, ou alguém ferido, o primeiro passo é chamar para conversar. Não foi culpa minha, essa nova eleição e de ninguém. Talvez por displicência tenha sido necessário partir para esse caminho. Mas vencida essa fase, porque não acertar? O que vi durante as eleições foi lindo. Tivemos consenso. Foi uma votação rápida, todos puderam me cumprimentar, me abraçar, sem problemas. Vejo agora que verdadeiramente temos condições de fortalecer ainda mais o PSDB em Anápolis. Foi surpresa para mim receber o convite do Adhemar e a dona Onaide (Santillo), para postular o cargo. Todos que me conhecem e me acompanham, sabe que nunca foi minha intenção presidir o partido na cidade. Mas tudo que chega até a nossa mão, se a avaliação for positiva, a gente deve aceitar. E se for para fazer o bem, porque não fazer? Recebi o convite, como membro do partido me coloquei à disposição, se houvesse consenso entre o grupo. Nas eleições eu vi o partido unido em torno do meu nome para presidência da executiva. Estou muito feliz.

Por que o senhor foi escolhido?
O partido tinha muitos outros bons nomes para assumir o cargo de presidente. Mas certamente, essa era a minha vez. Eu creio que para tudo há um tempo. E foi em consenso partindo do Adhemar e da Onaide, e também de outros amigos como o Ridoval (Chiareloto) e o doutor Glayson (Reis) e demais membros do partido, essa definição de união em torno do meu nome. Não é fácil, mas desafios são feitos para serem aceitos, encarados com vontade. Se eu posso contribuir, porque não? Então vamos trabalhar. Aquele que, por ventura, mas acredito que não seja o caso de ninguém, estiver magoado, vamos atrás, e trazer para somar. O PSDB é um partido forte, com mais de 3 mil filiados na cidade. Vamos conhecer detalhadamente como o partido está e dar oportunidade para todos trabalharem.

Qual a prioridade do seu mandato?
Fazer o partido crescer e fortalecer. Também vamos trabalhar para manter o partido unido. Esse é um dos principais pontos para fazer o PSDB forte. Com união a gente rompe tudo, todas as dificuldades ficam superáveis. Vejo que o primeiro passo para fortalecer o PSDB foi dado, partiu da nossa eleição com consenso.

O ex-presidente Erivelson Borges e o candidato que perdeu a disputa da primeira vez, delegado Glayson Reis, serão chamados para compor essa nova gestão?
Com certeza. Tem espaço para todos. A nova chapa foi feita com apoio dos dois, ninguém fez oposição. Fiquei muito feliz com a atitude do Erivelson e do Glayson. Assim como eu, os dois são soldados do partido. E eu louvo a Deus pela vida deles. Os dois são meus amigos.

Essa interferência do diretório estadual no municipal foi exagerada?
Não. Não foi porque o diretório regional tem competência para isso. Essa decisão que foi tomada aqui, poderia ter acontecido em qualquer outro município, se fosse necessário. Se houver algo irregular, o conselho de ética do estado foi criado para corrigir a falha, não é verdade? E assim eu creio que ganha Anápolis, ganha o Estado e ganha o Brasil, porque toda hierarquia deve ser respeitada.

Qual será o papel do deputado estadual Carlos Antonio dentro do diretório? Anápolis pode ter mais nomes na disputa à Assembleia Legislativa?
Vamos trabalhar juntos. Não tenho nada contra o deputado. Ele é meu amigo, continuará sendo. Sobre as eleições, precisamos abrir a conversa com o diretório municipal, alinhado ao estadual, e analisar as possibilidades. Hoje ele (Carlos Antônio) é o nosso representante na Assembleia Legislativa. O único da cidade.

O PSDB tem o vereador Mauro Severiano, que não abre mão da sua independência, até mesmo para criticar ações do governo estadual em Anápolis. Como o senhor encara isso?
Mauro Severiano é meu amigo. Às vezes ele tem o discurso agitado, polêmico. É o jeito dele de fazer política. Devagar vamos acertando o que for preciso, não tenho dúvida. Quero agradecer o Maurão, o Américo, vereadores do PSDB que também estiveram ao meu lado nessas eleições internas. Os dois votaram, assinaram a ata, e eu louvo a Deus pela vida deles.

O trabalho daqui para frente é preparar o sucessor do governador Marconi Perillo?
Com certeza. Nosso partido é forte. Temos a indicação do sucessor de Marconi Perillo, o candidato é o seu vice, José Eliton Figueiredo Júnior. Tenho grande amizade por José Eliton, amizade separada da política, e amizade na política. Eu entrei na política a convite de José Eliton. Eu o acompanhava em seu trabalho pelo Estado, hoje estamos juntos no PSDB. Quero agradecer aqui também, o presidente estadual do PSDB, o deputado federal Giuseppe Vecci, tivemos o seu apoio para aceitar esse desafio e não poderia deixar de citar o nome de Marconi Perillo, que também esteve ao meu lado. Agora é manter esse diálogo afinado e trabalhar, temos boas expectativas com a realização da campanha dos nossos candidatos no próximo ano, limpa, respeitosa e coerente. Não vai faltar garra para eleger José Eliton como o próximo governador de Goiás.

O PSDB anapolino pode ter candidato a deputado federal?
Essa é uma conversa que também vamos ter com o presidente regional do partido, Giuseppe Vecci e com nosso governador. Eu sou muito obediente, acho que temos que obedecer a hierarquia. Anápolis tem espaço, é grande. Porque não? Tenho a garantia que o PSDB anapolino será respeitado. Tudo é questão de conversa. E o importante é ter consenso para conseguir bons resultados.

Está satisfeito com o que o governador tem feito para Anápolis?
Com certeza. Toda vida ele dá respostas positivas a comunidade anapolina. Claro, sabemos que é impossível agradar 100% da população em qualquer aspecto. Nem Jesus conseguiu, no final ele foi levado para cruz. Mas o governador tem lutado e pelejado. Avalie qual Estado brasileiro está em pleno desenvolvimento como Goiás, nesta época de crise. Temos muitas obras em execução, outras sendo concluídas, acredito muito que Anápolis ganhará mais investimentos no caminhar do término de seu governo. O Governador ama a cidade de Anápolis e sempre demonstrações disso.

O senhor disputará algo na eleição do próximo ano?
Sou vereador. Vou trabalhar e lutar pelo meu mandato. Essa decisão fica mais para frente, é preciso pensar. Por enquanto não está nos meus planos, vamos ver se Deus vai tocar meu coração nesse sentido. Estou trabalhando, cheguei a presidência do partido, algo que eu nunca pensei, nunca pleiteei. Meu objetivo é unir o grupo e o partido tem muitos nomes bons para colocar nessa discussão.

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