Home Destaques Opinião: Reflexões sobre o trabalho, sobre a profissão que abraçamos!

“No livro A Quarta Revolução Industrial (1) (Klaus Schwab), registram-se profissões do mundo corporativo com mais probabilidade ao desaparecimento, em consequência de serem mais propensas à automação. Entre elas, como exemplo, a de secretários e assistentes administrativos.”

Publicado: 03.05.2021

Ao refletir sobre o trabalho, sobre o Dia do Trabalho, não pude deixar de refletir sobre a minha carreira na Força Aérea Brasileira (FAB). E os meus 39 anos de carreira na FAB, literalmente, voaram! Na rota, encontrei um adequado plano de carreira, oportunidades, crescimento profissional e realização; e, é claro, sempre ao encontro da missão institucional da FAB de servir à Pátria! E com esta experiência vivida, posso afirmar que a carreira do servidor público (federal, estadual ou municipal) deve ser pautada em quatro alicerces: 1- respeito ao direito adquirido; 2- plano de carreira; 3- participação nas estruturas administrativas, ocupando cargos de chefia e direção; e 4- a garantia da aposentadoria, como reconhecimento de uma vida dedicada ao servir.

Servir significa estar às ordens do cidadão!

E você, cidadão, se identifica com este pensamento?

É por isso que podemos fazer mais, podemos prosperar mais!

E é lógico que, por evolução tecnológica, por evolução da sociedade, ou por outros motivos, por vezes, observei a reestruturação da minha carreira. É um tema natural, que precisa ser debatido e discutido, periodicamente, em todos os segmentos públicos, por servidores, gestores e pela sociedade.

No livro A Quarta Revolução Industrial (1) (Klaus Schwab), registram-se profissões do mundo corporativo com mais probabilidade ao desaparecimento, em consequência de serem mais propensas à automação. Entre elas, como exemplo, a de secretários e assistentes administrativos. Mas o tema também permeia a administração pública.

E neste caminho estratégico, cabe observar a matéria divulgada no Jornal Correio Braziliense (2) (14 Jan 2021), observando que “Cerca de 51 mil servidores do Executivo trabalham em atividades que poderão ser automatizadas no futuro e precisarão passar por novos treinamentos, segundo pesquisa conduzida pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).” A matéria também cita profissões (assistentes administrativos, técnicos em serviços culturais e auxiliares de bibliotecas, entre tantas outras), que formam um conjunto de mais de 80 ocupações que se tornarão obsoletas. Detalhe: esses servidores estão longe da aposentadoria e precisarão ser reaproveitados, tendo como modelo a requalificação, com base na definição de competências estratégicas para a administração.

Quer mais desafios? Quer pensar mais sobre os serviços públicos?

Então vamos lá! Pois podemos fazer mais, podemos prosperar mais!

Reforçando o tema, cabe destacar que a implementação de um adequado Plano de Carreira é determinação imposta pelo artigo 39 da Constituição Federal (3);  alinhando-se ao tema o trabalho de Roberto Pintor de Melo Lima (4), que aponta que o “Plano de Carreira é o instrumento que possibilita ao administrador público e ao servidor o estabelecimento de estratégias de carreira, estratégias de remuneração, desenvolvimento pessoal, treinamento e capacitação, de forma que as pessoas sejam a chave de transformação da realidade do serviço público”, lançando luz aos benefícios para o Servidor (desenvolvimento profissional, valorização e ganhos salariais ao longo da carreira), para o Município (comprometimento do servidor, atingimento de metas, carreira adequada ao planejamento e retenção de talentos no serviço público) e para o Cidadão (aumento da qualidade do serviço público).

E é claro que em todo o pensar sobre o serviço público, ainda cabe o dimensionamento da força de trabalho, o dimensionamento de toda a força do serviço público, sem desequilíbrios entre o servidor concursado e o servidor comissionado. E aí focamos, por exemplo, no Dimensionamento da Força de Trabalho na Administração Federal (5), publicação do Governo federal, com o objetivo de dimensionar, frequentemente, a força de trabalho nos Órgãos da esfera federal, como base para as estratégias de Gestão de Pessoas.

E sobre o setor público municipal de sua cidade, de nossa cidade… já refletiram a respeito? E sobre o servidor público municipal? Eles estão motivados e com um adequado Plano de Carreira? Há desvios de função em alguma carreira? Há carreiras já extintas? Os serviços públicos estão na qualidade esperada?

É por isso que podemos fazer mais, podemos prosperar mais!

Fica o desafio para as administrações municipais. Que tal implantar um modelo de Dimensionamento da Força de Trabalho, de revisão das ocupações, de qualificação do servidor, de realocação de servidores, de um adequado Plano de Carreira, focando na adequação dos serviços públicos à realidade atual e à sua constante necessidade de adaptação à inovação e ao futuro?

Fica o desafio! Pois podemos fazer mais, podemos prosperar mais!

E parabéns pelo Dia do Trabalho!

 

Brigadeiro Bragança

Comandante da Base Aérea de Anápolis 2008-2009

 

Fontes:

 

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