“Eu vim para somar esforços e multiplicar resultados”, garante Tânia Aparecida

ANA CLARA ITAGIBA
(Foto: Ismael Vieira)

Tânia Aparecida (2)Desde o dia 7 de março, a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social, Trabalho, Emprego e Renda, conta com uma nova responsável. Tânia Aparecida da Silva (foto), que assumiu o cargo no lugar de Rodolfo Valentini, possui uma bagagem extensa no que diz respeita à empreendedorismo social. Isso porque trabalhou durante 28 anos no Sebrae e pôde desenvolver e participar de diversos projetos que tinham como objetivo prevenir e tirar a população do estado de vulnerabilidade, isso em Anápolis e outras cidades do estado. A reportagem do JE, conversou na última quarta-feira (21.mar) com ela, para saber qual a sua expectativa ao assumir este novo desafio. Confira:

Como surgiu o convite para você assumir este cargo?
Foi um convite da primeira-dama e do prefeito Roberto Naves para assumir essa pasta e eu fiquei muito lisonjeada por ter sido escolhida. Realmente me pegou de surpresa e eu espero em Deus poder corresponder a tamanha responsabilidade e à confiança do prefeito e a primeira-dama diante desta secretaria.

Quais são as principais bandeiras do prefeito Roberto Naves no âmbito do desenvolvimento social?
Nós assumimos a Secretaria para dar continuidade no trabalho que os outros secretários, a senhora Nair de Moura Vieira e o senhor Rodolfo Valentini estavam fazendo, que é trabalhar as bandeiras solicitadas pelo prefeito Roberto Naves. As suas principais bandeiras do desenvolvimento social é realmente a assistência básica, que seria uma prevenção para evitar que as pessoas desfaçam o vínculo com a família, um trabalho feito para a criança, o adolescentes, adultos e idosos, e também o trabalho feito com a nossa diretoria especial que é aquele trabalho que infelizmente a gente tem que desenvolver com as pessoas que já perderam esse vínculo e está em uma situação de vulnerabilidade. Nesse sentindo, entra todo o trabalho com assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e toda a nossa equipe técnica entra para dar apoio, tanto para a prevenção, quanto para aquele que precisa ser socorrido depois que o vínculo já foi desfeito.
Essa continuidade do trabalho social é uma bandeira do nosso prefeito Roberto Naves e o outro é a questão do Mutirão do Emprego que teve no ano passado. Ele quer continuar esse ano, então nós já estamos em campo ouvindo os nossos parceiros para saber quais as melhorias que a gente pode fazer em relação ao do ano passado, que inclusive teve uma boa aceitação.
Um desafio para nós, que também é uma das bandeiras do prefeito, é criar a Bolsa Universitária de Medicina. Nós já estamos trabalhando na pesquisa de projetos em cima disso, para a gente poder fazer esse projeto, ainda neste primeiro semestre.
Só que, essa é a ideia inicial. Houve uma conversa onde surgiu a bolsa que ampliaria os cursos. O curso de Medicina foi escolhido porque a gente poderia dar um subsídio para o universitário e depois ele pagaria com serviços prestados para a Secretaria Municipal de Saúde, minimizando assim custos com a prestação deste trabalho, além de dar oportunidade para esses profissionais trabalharem no meio social, prestando o seu serviço a pessoas necessitadas ou em estado de vulnerabilidade.
Então o primeiro pensamento da Bolsa Universitária de Medicina é essa, só que agora nós já estamos trabalhando em um projeto em que a ideia é: existem outros cursos que podem dar esse retorno para a Prefeitura? Se tiver a gente vai propor para o prefeito a possibilidade de se fazer esse projeto voltado para mais cursos, por exemplo, Psicologia que poderá trabalhar na nossa pasta. Está em estudo e isso é uma ideia nossa, mas é um desafio. É vontade do prefeito que fique pronto ainda neste semestre, independente se será a bolsa somente para Medicina ou para os demais cursos.

Em sua opinião, os programas sociais de transferência de renda são muito importantes?
Sim, com certeza. Nós temos vários programa e serviços que são prestados com transferência de renda do Governo Federal para nós que tem a contrapartida da Prefeitura. Esses programas estão sendo desenvolvidos e nós iremos dar continuidade. Então todos os editais e convênios que estavam dando resultado para a Prefeitura através da Secretaria de Desenvolvimento Social, a gente vai dar continuidade exatamente pela importância que é de ajudar a gente a desenvolver os projetos sociais necessários para a população anapolina.

A crise econômica jogou mais pessoas para a pobreza. Há mais pessoas pedindo esmola nas ruas. O que fazer?
O trabalho da Secretaria é justamente trabalhar com esse pessoal de rua. A gente dá toda a assistência possível. Temos todos eles cadastrados, verificamos se há família para acolhe-los para tiramos eles desse estado de vulnerabilidade e realmente resolver essa situação, para evitar e minimizar a quantidade de pessoas nessa situação. O trabalho que é feito é todo o cadastramento de todo eles e o acompanhamento para que ele realmente volte e para o ambiente familiar para evitar que ele fique na rua. É bem verdade que a gente tem pessoas que insistem em continuar na rua, mesmo tendo família. Mas mesmo assim nós fazemos todo o acompanhamento, caso dê problema para ele próprio.

A estrutura da secretaria é boa? Há pessoal suficiente?
A estrutura é boa, claro que sempre pode ser melhorado. Mas é o que a gente tem. Só que a gente também não pode estar inchando a Secretaria. Nós estamos buscando otimizar os recursos e o trabalho das pessoas que estão conosco. Essa é a nossa intenção, mesmo porque temos que respeitar o limite prudencial, que é o limite da folha de pagamento da Prefeitura. Se ultrapassarmos tem que responder pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Enquanto isso não tem condições de dar aumento de salário e contratar novas pessoas.
Todo esse trabalho que eu falei para você da proteção básica, que é o trabalho desenvolvido para prevenir o estado de vulnerabilidade. Nós apelidamos de Cras, que é o Centro de Referência de Assistência Social, ele faz o cadastro das pessoas, das famílias, onde são visitados, olham toda a dificuldade que estão passando para poder encaminhar para os programas e serviços prestados pela nossa Secretaria. Se for necessário, a gente manda até para a Secretaria da Saúde.
Já o Creas, que é o Centro de Referência Especializada em Assistência Social. Ele está dentro da proteção especial das famílias, que vai justamente para a diretoria que trabalha assuntos especiais. Nesses casos, a pessoa já desfez o vínculo, está em estado de vulnerabilidade. São pessoas que estão nas ruas, são usuários de drogas, que foram abusados sexualmente e não pode mais ficar na família, que sofreu agressão por parte do conjugue. Então todo esse público é atendido pelo nosso Creas.
Fora isso nós temos o trabalho do Cidadão do Futuro, que é a menina dos olhos do prefeito e da primeira-dama. Esse projeto tem como objetivo trabalhar a pessoa necessitada, que realmente precisa, que está em estado de vulnerabilidade, ajudar a família com uma renda. Nesse sentido, nós temos a parceria com o Pró-cerrado onde eles se qualificam esse pessoal e a Prefeitura os acolhe para trabalhar lá dentro. A gente pode trabalhar com a até 250 adolescentes. Hoje nós estamos em torno de 160.
Temos vários outros projetos que nós temos, assim como convênios e editais para realmente estar acolhendo este pessoal. Tanto é que foi lançado agora, no Dia Internacional da Mulher, o edital de contratação de empresas para contratar serviços de acolhimento para a mulher que sofreu agressão dentro de casa. Normalmente a mulher deixa de fazer denúncias porque ela não tem para onde ir e se ela denuncia o seu agressor, ela volta para o mesmo teto dele e ele pode agredi-la mais ainda. Foi observado pelos assistentes sociais e psicólogos que muitas mulheres deixam de relatar a violência sofrida em detrimento disso. Esse edital, vai acolher a mulher e seus filhos até os 18 anos durante até 90 dias, até ela passar por aquele momento e poder colocar a sua cabeça no lugar e poder saber que rumo tomar. Este projeto chama Serviço de Acolhimento da Mulher Agredida. Este serviço de acolhimento é muito interessante, é um trabalho inovador que realmente foi acatado pelo nosso prefeito e ele já assinou para o edital.

Agora que você assumiu essa pasta, você pretende fazer troca de diretores e cargos de função importante dentro da Secretaria?
Eu vim para somar esforços e multiplicar resultados. Eu tenho cobrado isso da minha equipe, independente de quem seja. Eu reuni com todos e passei esse sentimento que nós queremos para atender os objetivos do prefeito Roberto Naves diante desta secretaria. Que são todos esses serviços que eu te expliquei. Por isso, temos que fazer as coisas acontecerem. Se tiver dando certo, eu não vou mexer. Só haverá troca caso seja uma situação particular que precise resolver alguma situação ou se elas não tiverem respondendo ao trabalho que é exigido dentro do cargo dela na Secretaria. Não é o nosso objetivo de ficar fazendo troca-troca. Vou continuar com a equipe, estando dando resultados para a gente atender esses objetivos.

Qual a função da primeira-dama aqui dentro?
A primeira-dama faz um trabalho voluntário. Nós traçamos muita ideia para ver até que ponto o nosso trabalho da Secretaria pode estar ajudando no serviço que ela vai desenvolver de voluntariado. Nós gostamos de todo o trabalho desenvolvido, que ela esteja presente. Mas o papel dela é de verificar todo o trabalho que nós fazemos dentro do seu voluntariado. Inclusive é uma ideia dela, reunir as pessoas voluntárias, até mesmo dentro da própria secretaria e de Anápolis para fazer uma organização de voluntários.

O que a Prefeitura pode fazer em relação à qualificação profissional?
Dentro desse programa de qualificação profissional, nós temos o Qualificar Brasil que está abrindo edital agora para contar empresa para estarmos continuando com os nossos cursos. Nós temos um convênio com o Senai, onde nós treinamos e capacitamos adolescentes com Mecânica Básica, Costura, e muitos outros. Nós temos um trabalho que é o Bombeiro Mirim, que não é um curso de capacitação, mas é uma parceria que disciplina e forma esses futuros cidadãos. Nós temos o Cidadão do Futuro que é uma parceria com o Pró-cerrado, onde nós capacitamos para poder prestar um serviço. Além de muitos outros projetos que nós temos para o menor aprendiz. Tem um trabalho que nós estamos desenvolvendo com a Itego para qualificação, com o projeto Qualificar. Então essa questão de qualificação está bem direcionada e específica nos projetos que estamos fazendo para cá.

O que a senhora traz de experiência de suas funções anteriores para essa nova missão?
A minha experiência com o social está muito mais relacionada a parte empresarial, mas também muitos projetos empresariais que eu desenvolvi ao longo de 28 anos no Sebrai Goiás. Minha mãe fazia um trabalho social muito grande no Bairro Alexandrina, que é a professora Gracinda Maria da Silva, inclusive que dá nome ao um Centro Poliesportivo na região. Ao ver o tanto que isso era importante, eu começo por ai vivenciando todo esse trabalho e ajudando ela na medida do possível, pois eu trabalhava fora e acompanhava o trabalho que ela fazia. E claro, pelos trabalhos sociais que a gente percebe, vê e acompanha de movimentos como Lions, que eu participo, a própria igreja. Tudo isso dá uma visão para nós, mas a minha maior experiência seria o trabalho que eu desenvolvi nos últimos três anos no Sebrai. Eu fui convidada pela diretoria do Sebrai para abrir a regional Nordeste do Sebrai em Posse, que fica à 35 km da divisa de Goiás com a Bahia. Lá, a responsabilidade era de 20 municípios, sendo que 12 deles, devido ao baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), fazia parte, na época, do Programa de Erradicação da Pobreza da ex-presidente Dilma. Então eu acompanhei de perto muita necessidade que a sociedade menos favorecida passa. A Prefeitura desses municípios é a principal fonte de renda. Tem municípios com 2 mil ou 10 mil habitantes e a Prefeitura é a principal fonte de renda e não tinha condições de atender todos. Eu vi muitas famílias em situação de vulnerabilidade. Nesse sentido, nós desenvolvemos projetos que ao beneficiar as pessoas que tinha o perfil empreendedor para estar buscando a sua própria renda.
Diante do Sebrae em Anápolis nós fizemos muitas parcerias com o Juizado da Infância e Juventude, desenvolvendo diversos treinamentos para os adolescentes em situação de risco. Fizemos capacitação de atendimento ao cliente, de relacionamento interpessoal com a psicóloga, esse eu mesma ministrei. Então a gente viu o trabalho que é feito pelo Juizado da Infância e Juventude que faz parte da rede de parceiros que nós da secretaria temos para poder desenvolver esse trabalho social todo que nós falamos.
O nosso trabalho não é de assistencialismo e sim para ajudar na inclusão social e tirar as pessoas do estado de vulnerabilidade. Temos todo um cadastro, um acompanhamento de todas as pessoas que a gente atende aqui.
Então, este trabalho que nós fizemos com o Juizado da Infância e Juventude, me deu experiência. Além dessas qualificações teve uma época que o próprio Juizado desenvolveu o projeto Universidade Adolescente. Eles nos procuraram para desenvolver o empreendedorismo no linguajar da andragogia, que é a educação de adultos, para a pedagogia que é a educação de crianças e adolescentes. Nós desenvolvemos todo o trabalho que nós tínhamos de empreendedorismo dentro do Sebrae para atender a Universidade Adolescente. Eu fui uma das instrutoras e foi um trabalho muito gratificante desenvolvido junto a esse projeto. Fora isso, nós desenvolvemos trabalhos na parte de artesanato com a Associação Cultural e Artística de Anápolis (Acaa) e vários outros trabalhos que a gente desenvolveu através de sindicatos, de cooperativas que nos procuravam por estar desenvolvendo esses trabalhos.
Tudo bem que a minha bagagem é de um social voltado para o lado empresarial, mas não deixa a gente de ver uma questão de inclusão social. Claro que eu tenho muito a aprender com o pessoal que trabalha na secretaria. Eu sou economista, mas tem muitos assistentes sociais aqui que tem uma bagagem espetacular e eu vou aprender com eles. Por isso que eu venho somar, exatamente para eu somar o conhecimento que eu tenho com a experiência desses profissionais da secretaria, para fazermos acontecer todo esse trabalho que nós comentamos e para atingir o objetivo do nosso prefeito, que é realmente continuar dando apoio a sociedade anapolina que estão estado de vulnerabilidade e colocar esses programas e serviços a serem implantados em função da nossa sociedade.

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