No handebol, Brasil busca ouro contra freguês Argentina: “Gostinho especial”

O pódio do handebol feminino nos Jogos Pan-Americanos nunca foi formado sem a presença da bandeira brasileira. Nas duas primeiras participações da modalidade (Indianápolis 1987 e Mar del Plata 1995), as meninas ficaram com o bronze. Depois disso, só se ouviu o hino verde e amarelo. Ouros em Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003, Rio de Janeiro 2007 e Guadalajara 2011. Nesta sexta-feira, as atuais campeãs mundiais voltam à quadra em Toronto para buscarem mais uma medalha dourada, o pentacampeonato. Pelo caminho, um velho freguês, a Argentina. Dos quatro últimos títulos, as hermanas amargaram dois vices (2003 e 2011). México e Uruguai brigam pelo terceiro lugar.

As jogadoras e o técnico da seleção brasileira, Morten Soubak, têm a consciência do favoritismo do time e da superioridade frente às adversárias das Américas. Na fase classificatória e na semi, o Brasil passou fácil pelas rivais. Foram goleadas sobre Porto Rico, Canadá, México e Uruguai. O país não perde um jogo no feminino em Pans desde a derrota para os Estados Unidos em março de 1995. O ouro, ainda mais contra a Argentina e toda a rivalidade que envolve os dois países, parece ser quase uma obrigação. Ao ser perguntada se espera outra coisa senão o título em Toronto, a camisa 8 Fernanda é direta:

– Não, né. A gente quer lutar por esse campeonato e não dar chance para a Argentina. Jogos Pan-Americanos são uma mini-Olimpíadas para a gente da América. Tem um gostinho especial. Um Brasil e Argentina, em qualquer esporte, é um Brasil x Argentina, temos que levar – afirma.
Os Jogos Pan-Americanos servem como um treinamento para a seleção, que se prepara para defender o título no Mundial da Dinamarca, em dezembro. Sem Dara, com trombose, e Duda e Mayara, ambas ainda se recuperando de cirurgias no joelho, Morten optou por rodar todas as jogadoras em quadra e testar novos esquemas de jogo. Se os jogos foram fáceis até aqui, não importa, ele não quer saber de diminuir o ritmo.

– Espero que a gente continue jogando da mesma forma e que a gente ganhe o próximo jogo. Nós estamos aqui para ganhar, pronto. Tenho o maior respeito pela Argentina. Não penso no placar, penso em como vamos ganhar o próximo jogo – disse o comandante da equipe.

Deonise, autora de sete gols contra o Uruguai na semifinal, sabe da superioridade brasileira, mas prefere manter os pés no chão para evitar qualquer tipo de susto na final contra a Argentina.

– Hoje somos as favoritas, até pela evolução que a gente teve e por sermos as atuais campeãs do mundo. Mas dentro de quadra tudo pode acontecer. A Argentina é muito forte, tem rivalidade, e precisamos respeitar a equipe do outro lado. Temos que fazer o nosso trabalho, seja contra Argentina, Chile, Uruguai, Noruega ou Dinamarca. Mas seria uma surpresa se o Brasil não for campeão – finalizou a camisa 81 da seleção.

Os homens também estão na decisão do handebol. A seleção bateu o Chile e encara a Argentina para tentar vingar a derrota na final do último Pan, no México. O Brasil venceu os hermanos e ficou com o ouro em 2003 e 2007, mas levou o troco na última edição dos Jogos.

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