Home Editoriais Cidades Moradores arriscam a vida em travessias nas rodovias federais

LUIZ EDUARDO ROSA

As rodovias federais têm sido “abraçadas” pelo crescimento dos bairros anapolinos para além da área das BRs, que antes faziam cercavam a cidade. O perigo tem aumentado por dois fatores, que são a impaciência em atravessar em lugares apropriados e a imperícia no ato da travessia. Moradores apontam as dificuldades de acesso entre bairros próximos cortados pelas vias de alta velocidade. A PRF mostra os riscos ignorados no ato de atravessar sem antes buscar locais apropriados para fazer a travessia.

A travessia entre bairros próximos cortados por rodovias tem se tornado algo rotineiro em pontos específicos da cidade de Anápolis. O aumento da ocupação dos bairros, em contraste com falta de passagens adequadas para realizar a travessia de rodovias, tem gerado preocupação com mais vítimas de acidentes nas vias de alta velocidade. Um dos exemplos da rotina de travessias é o viaduto da BR 153 com acesso à BR 414, região que dá acesso aos bairros da parte norte da cidade. “Todos os dias vemos as pessoas correndo risco ao atravessar a área do viaduto, algumas passam pelo trieiro por de baixo do elevado e outros vão por cima, na BR 153 antes do viaduto, eu mesma quase fui atropelada com meu carrinho de picolé”, conta Ana Paula Souza Silva, de 28 anos.

A região dá acesso ao bairro Recanto do Sol e mais aproximadamente nove bairros que estão em constante ocupação. “O problema é que para a região dos bairros próximos ao Recanto do Sol, há somente um único acesso, isso aumenta o volume de carros, inclusive a colisão entre eles, que assistimos diariamente”, descreve Natanael Sebastião da Silva, de 28 anos. Através do triero em períodos de chuva, dificulta ainda mais a travessia abaixo do viaduto devido lamaçal e o alagamento. Mesmo nestes dias, as pessoas se arriscam ao atravessar.“As travessias aqui acontecem mais nos horários das 7 da manhã e depois das 16 horas, não há outra forma, são pessoas que precisam trabalhar e crianças ir à escola”, completa Nataniel.

A equipe de reportagem realizou diferentes flagrantes dos riscos que correm os moradores que preferem encurtar as distâncias, em um trecho de alta velocidade, situado na BR 153 há 1 quilômetro antes do viaduto. Foi possível flagrar jovens com bicicletas e até pessoas fazendo o translado carregando grandes colchões. Ao conversar com eles, apontam que realmente há uma economia de tempo nesta travessia, por morar em partes mais adentradas do bairro Recanto do Sol, porém alegam ter presenciados acidentes fatais.

PRF
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que em diversos pontos das BR’s que cortam a malha urbana da cidade há a insistência de travessias de risco. Entre estes pontos, são elencados alguns muito preocupantes. O primeiro deles é o trecho da BR 153 com faculdades, como o campus Henrique Santillo da Universidade Estadual de Goiás, margeadas de um lado e outro pelas rodovias BR 060 e 153. “Mesmo com uma passarela no local, os jovens estudantes preferem se arriscar direto na rodovia e abreviar um esforço maior indo pela estrutura adequada para a travessia”, explica o inspetor da PRF, Steferson Moreira.

O quilômetro 90 da BR 060, na saída para Brasília, apresenta mais escolas de um lado, e crianças do outro fazem a travessia, na região do Bairro Residencial Flamboyant, onde não há passarelas. Na BR 414, em trecho após a Base Aérea de Anápolis, há a travessia de moradores. O mais preocupante são situações como no período noturno, com o costume de pessoas ir para bares e ao retornar mais riscos se apresentam. “Não só neste trecho, mas em outros também, aumenta a velocidade dos carros no período noturno e a visibilidade dos pedestres é menor, ainda com o agravante de poderem estar alcoolizados”, relata Steferson.

Orientações
As condições para atravessar rodovias dificilmente podem ser na superfície do asfalto, devido a necessidade de haver sinalização para diminuição da velocidade em 400 a 500 metros antes. “Sempre há o agravante que os trechos nas BRs que permeiam Anápolis, apesar de ser 60km/h a velocidade máxima, dificilmente os veículos respeitam”, aponta Steferson. Quando não há viabilidade alguma de espaço adequado, em passarelas, há orientações para buscar situações menos arriscadas. A orientação é nunca atravessar em curvas de rodovias, sempre preferir retas onde há visibilidade de 400 a 500 metros anteriores ao local da travessia. Preferir locais que exigem menor velocidade dos veículos, uma baixada é mais arriscada pela alta velocidade, porém em uma subida, os veículos necessitam diminuir, o que decresce o nível de risco.

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