Home Editoriais Cidades Perímetro urbano da BR-153 sofre com falta de manutenção

O mato alto tomou conta de trecho da rodovia em Anápolis e concessionária não faz nada desde citação na Operação Lava Jato

ANA CLARA ITAGIBA

O mato alto tomou conta do acostamento da BR- 153, no perímetro urbano de Anápolis, no trecho que começa no Viaduto Miguel Moreira Braga, na saída para Brasília, e se estende até o elevado de acesso à Vila Jaiara. Os motoristas que passam pelo local diariamente reclamam que o matagal tem atrapalhado na visibilidade, pois a vegetação está a uma altura que cobrir as placas de sinalização da rodovia.

O fotógrafo do JE, Ismael Vieira, passa todos os dias pelo trecho quando vai para o trabalho. Segundo ele, além do mato alto, os postes de iluminação não funcionam. “Já presenciei muitos acidentes entre o Elevado Ayrton Senna e o viaduto do Recanto do Sol, mais precisamente quase em frente ao Clube Lírios do Campo, na ponte do Córrego Antas. Outra questão é a iluminação: quando inauguraram ficou muito bom e mais seguro, mas alguns postes caíram com o tempo e não fizeram a manutenção”, afirma o profissional.

A reportagem do JE percorreu na quinta-feira (6) o trecho e verificou os problemas. O mato alto perto de placas de sinalização dificulta a visibilidade, o que aumenta o risco de acidentes de trânsito. Os 624 quilômetros da BR-153 são de responsabilidade da empresa Galvão Engenharia S.A. e a fiscalização é atribuição da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O contrato da empresa Galvão com o Estado foi concedido por meio de licitação em março de 2015 e tem duração de 30 anos. Na época foi divulgado que em parceria com o BNDES seriam investidos nos cinco primeiros anos aproximadamente R$ 3 bilhões, e R$ 4,2 bilhões ao longo dos 30 anos da concessão. Afirmaram ainda que nos 624 quilômetros da rodovia iriam priorizar a mão de obra local, além da recuperação do pavimento, recomposição da sinalização horizontal e vertical, conservação de rotina na faixa de domínio, recuperação das obras de drenagem e a construção das bases de serviços operacionais.

Desse período até hoje, o conselheiro e diretor presidente da Divisão de Óleo e Gás da empresa, Erton Medeiros Fonseca; o diretor presidente Jean Alberto Luscher Castro; o presidente, Dario de Queiroz Galvão Filho, e o conselheiro de Administração da empresa, Eduardo de Queiroz Galvão, foram citados na Operação Lava Jato, que é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve, envolvendo a Petrobras e outras grandes empreiteiras do país. Eles foram acusados de formação de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, uso de documento falso, cartel, fraude à licitação, sonegação fiscal e crimes contra o sistema financeiro, entre os anos de 2009 e 2013.

De acordo com o chefe de policiamento da 2ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Luciano Clemente, desde que a empresa concessionária foi citada na Lava Jato, em 2015, poucas melhorias aconteceram na BR-153. “Eles [Galvão Engenharia] tem feito o básico do básico. O que nós da PRF podemos fazer é só dar orientação aos motoristas. O fluxo nesse trecho deve aumentar ainda mais no mês de abril por conta dos próximos feriados, e a BR-153 é uma rodovia muito grande, porque liga cidades turísticas do país”, explicou Luciano ao dizer que as pessoas devem tomar cuidado com possíveis trechos de curva acentuada, locais com fluxo de animais e ultrapassagem de veículos.

A reportagem do Jornal Estado de Goiás tentou entrar em contato com a empresa Galvão Engenharia S.A, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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