Home Editoriais Política Fogo amigo: Erivelson Borges é destituído da presidência do PSDB de Anápolis

Direção regional do PSDB destituiu o diretório municipal do partido. Erivelson Borges deixa função de presidente até que nova eleição interna seja realizada

FERNANDA MORAIS

O secretário municipal de Cultura, Erivelson Borges, não é mais o presidente do PSDB de Anápolis. Assumiu a função em seu lugar o ex-prefeito Adhemar Santillo. Erivelson teve que deixar o cargo por decisão da executiva estadual dos tucanos. A informação foi dada pelo presidente do PSDB goiano, deputado federal Giuseppe Vecci, em entrevista concedida ao repórter Lucivan Machado, da Rádio Manchester AM.

Vecci explicou que a decisão foi tomada porque foram detectadas falhas no processo eleitoral do diretório municipal. O deputado federal explicou ainda que em caso de anulação da eleição, o estatuto do partido determina que o filiado mais velho, no caso de Anápolis, Adhemar Santillo, assuma o comando da legenda até quem um novo pleito seja realizado.

“Apenas 45 integrantes da executiva municipal tinham direito ao voto para escolha do diretório, mas em Anápolis foram computados 48 votos, três a mais que o permitido. Após a eleição, recebemos a denúncia que foi analisada pelo jurídico nacional do PSDB que optou por essa decisão. Mesmo sem data marcada uma nova eleição deverá ser realizada na cidade”, justificou Vecci.

O candidato da chapa derrotada, delegado Glayson Reis, que hoje responde pelo Observatório de Segurança de Anápolis, na gestão do prefeito Roberto Naves (PTB), entrou com pedido de anulação da eleição. Na manhã da última quinta-feira (6), o até então presidente da executiva, Erivelson Borges, disse que foi notificado sobre o assunto. Também em entrevista ao repórter Lucivan Machado, Erivelson afirmou que pretende recorrer da decisão.

Apesar de afirmar que não existem problemas pessoais entre os dois companheiros de partido, Erivelson disse que a decisão de anular a eleição interna do PSDB foi “parcial”. Segundo ele, em nenhum momento, após o resultado do pleito, ele foi chamado para qualquer conversa sobre o assunto por parte da direção regional da legenda.

Já o presidente provisório do PSDB não quis saber de fogo amigo. Segundo ele, os candidatos das duas chapas assinaram a ata da eleição que relatava a quantidade de votos que seriam computados para escolha do líder do diretório. “Tudo aconteceu de maneira democrática. Desde o princípio eu defendi a unidade do partido com a composição de apenas uma chapa para eleição. Isso não aconteceu, mas o processo eleitoral transcorreu de forma democrática”, declarou Adhemar Santillo, acrescentando ainda que a anulação do resultado “foi um golpe”. “O Erivelson tem que recorrer da decisão”, concluiu.

Relembre
Após a eleição dos 45 membros do diretório do PSDB anapolino, no dia 17 de abril, realizada no plenário da Câmara Municipal de Anápolis, o ex-presidente e candidato ao cargo, professor Valto Elias, retirou sua postulação em favor do delegado Glayson Reis. As sequentes reuniões de bastidores entre lideranças tucanas, em busca do convencimento em torno de chapa consensual, pouco tiveram de resultado. Ao final, no embate eleitoral, no dia 19 de abril, dos 48 votantes, 25 indicaram Erivelson Borges e outros 23 Glayson Reis.

Dos 45 membros titulares do diretório tucano, dez não compareceram à eleição. Os 13 suplentes presentes então, após acordo entre ambos os candidatos, somaram-se aos 35 titulares, estabelecendo quórum de 48 membros com direito a voto.

Em meio a discursos amenizando a disputa, proferidos inclusive por Erivelson e Glayson, Adhemar Santillo foi o único que admitiu que ficaram sequelas. “Poderíamos fazer uma festa linda, como foi na eleição do diretório, sem disputa. Vamos evitar ao máximo as sequelas, mas vai haver contrariedade. Com o passar do tempo a gente organiza”, projetou na época. Adhemar Santillo viu uma eleição sem maiores conflitos, mas lembrou que aquele sentimento íntimo de cada candidato e dos integrantes de suas correntes ainda era desconhecido.

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