Home Editoriais Economia Governador cria agenda positiva e anticrise para o Estado

Governador disse essa semana que objetivo é Goiás chegar ao primeiro lugar no ranking da competitividade nacional em até três anos, passando São Paulo, Rio e Minas Gerais

Da redação

Em meio a um país em crise, cabe aos homens públicos propor medidas para alavancar a economia e manter um discurso otimista. O governador Marconi Perillo (PSDB) tem insistido em falar de um futuro melhor para Goiás em todas as suas aparições públicas, até como contraponto a medidas politicamente desagradáveis, como o parcelamento dos salários dos servidores: metade recebendo até o último dia do mês trabalho e outra parte até o quinto dia útil do mês subsequente.

Nessa semana esteve em Goiás o empresário Jorge Gerdau, presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Em reunião no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, foi garantida por Marconi a continuidade das ações do Programa de Modernização da Gestão Pública (PMGP) e avaliação das atividades já realizadas na primeira etapa do projeto. Em meio a um clima positivo, em parte porque Gerdau teceu elogios à gestão tucana, Marconi disse que trabalha para que Goiás aumente sua capacidade de atração de investimentos.

“Nosso objetivo é chegar ao 1° lugar de c 4000 ompetitividade daqui a três anos. Podem dizer que isso é uma loucura.  Mas não foi loucura sonhar com a primeira colocação no Ideb do Ensino Médio, quando chegamos ao governo e Goiás estava em 16° lugar. Se não tivéssemos brigado pelo 1º lugar, não teríamos nada. Saltamos do 16° para 5º e depois para 1°. Por que não podemos chegar em 1º no ranking de competitividade?”, indagou Marconi.

Segundo o último ranking da revista britânica The Economist, realizado em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP), publicado no ano passado, Goiás é o 9° mais competitivo do País. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram, nesta ordem. “Estamos conversando com o MBC e com outras consultorias que vão colaborar para que possamos avançar no ranking,” disse o governador. Entre as consultorias contatadas pelo governo estão Macroplan, Tendências e CLP.

Os principais secretários estaduais estão envolvidos nessa meta de melhorar a competitividade. “Foram cinco reuniões importantes com a secretária Ana Carla [Fazenda], secretário Thiago Peixoto [Planejamento] e a secretária Raquel Teixeira [Educação e Cultura], além de três encontros com instituições focadas no avanço da competitividade e educação,” afirmou Marconi Perillo.

Um dos desafios do Estado é avançar na produtividade dos setores público e privado para garantir uma maior competitividade. Os consultores e analistas de mercado contatados reconhecem, porém, que, nos últimos 10 anos, Goiás foi o Estado que mais conseguiu reduzir as desigualdades sociais, ponto importante para o avanço da competitividade.“Isso graças às políticas adotadas pelo governo e pela iniciativa privada em diversas áreas. Especialmente na educação. E olha que na educação dá para avançar muito ainda, principalmente na questão da escolaridade. Isso ficou claro para nós. Se avançarmos na escolaridade, podemos ter um upgrade de 16% em nossa competitividade”, comentou o governador.

Para o empresário Jorge Gerdau, Goiás teve “uma das evoluções mais expressivas em termo de gestão nos últimos anos”. Ele também citou a melhoria na educação. “Esse exemplo da educação valeu todo o esforço. Se toda a busca de eficiência nas diversas áreas não tivesse alcançado nenhum resultado, este da educação já teria bastado. [A educação] é o maior patrimônio que qualquer um que tem responsabilidade comunitária e social pode deixar. Educação é construir oportunidades iguais. É garantir a democracia. Temos uma medição nacional, que é o Ideb, mostrando o resultado da mudança de gestão no Estado. Goiás está em primeiro. Já temos uma cultura de gestão aqui. Eu preciso de mais Goiás no Brasil para que este exemplo possa contagiar a todos”, afirmou.

 

Balança Comercial tem superávit

A Balança Comercial de Goiás alcançou superávit em abril pelo 15º mês consecutivo, de acordo com dados apresentados nessa última semana pelo superintendente de Comércio Exterior do governo estadual, William O’Dwyer.

No mês passado foram exportados US$ 398 milhões, enquanto as importações somaram US$ 246,7 milhões. No acumulado do ano, a balança já registra superávit de US$ 600 milhões, com US$ 1,7 bilhão em vendas para o exterior, ante US$ 1,1 bilhão de compras. As exportações goianas em abril representaram 2,93% do total exportado no país no período.

Soja e derivados encabeçaram a lista dos produtos mais vendidos para o exterior somando US$ 123.977 mi. Na sequência aparecem as carnes com US$ 107.922 mi, seguido de um produto que teve uma expressividade atípica, o sulfeto de cobre US$ 40.514, que registrou aumento de 119,59% na sua procura. Em quarto lugar surgem as ferroligas com rendimento de US$ 30.432 mi; couros e derivados (US$ 26.535 mi); ouro, açúcar, milho e amianto também figuram entre os produtos mais vendidos para o exterior.

A China manteve a liderança entre os países que mais compram de Goiás. Em abril, o continente asiático foi responsável por comprar mais de US$ 110 mi em soja, ferroligas, couros, carnes, aves, glicerol, algodão e açúcar. O comércio estabelecido com o país representou 27% de tudo que foi exportado no mês.

Os países baixos (Holanda) assumem a segunda colocação, principalmente motivado pela presença do Porto de Roterdã, porta de entrada de produtos goianos no continente europeu. Por lá entraram 17 diferentes produtos goianos totalizando US$31.133 mi. A Índia destacou-se no terceiro lugar ao investir na compra de sulfeto de cobre, amianto, açúcar, couros e medicamentos somando US$28.697 mi. O quarto e quinto lugar foram ocupados por Rússia e Alemanha.

Os produtos para a indústria farmacêutica despontaram em primeiro lugar somando US$ 51.454 mi, correspondendo a 20,85% do valor importado. Em seguido estão os componentes para a indústria automobilística, produtos químicos orgânicos, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, adubos e fertilizantes, entre outros. Suíça, Japão, Estados Unidos e Coréia do Sul foram os principais países a vender para Goiás.

 

Missões

O governo atribui bons resultados na Balança Comercial em parte às missões internacionais. Segundo o superintendente William O’Dweyer, em julho Goiás se prepara para receber a visita do vice primeiro ministro de Portugal, Paulo Portas. “Ele ficou tão interessado em tudo que lhe apresentamos em nossa visita, que está agendando uma vinda ao nosso Estado em julho. Estamos negociando a entrada de nossos produtos pelo Porto de Sines, o que permitiria atender Portugal, Espanha e outros países mediterrâneos com mais agilidade”, informou.

Em junho, uma comitiva goiana percorrerá o Leste europeu visitando Rússia, Polônia e Bielorússia. Em outubro, o destino será Holanda, Bélgica e Alemanha, em uma missão chefiada pelo governador Marconi Perillo. “Esse é um ano de fortalecimento das relações de Goiás com os seus principais parceiros comerciais. Temos o objetivo de inserir cada vez mais nossos produtos na pauta do comércio mundial”, declara o superintendente.

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