Home Editoriais Política “Queremos ampliar a base de 13 partidos para 2016”

O presidente do PT de Goiás afirma que em municípios onde o partido não tem candidato próprio, será dado apoio ao aliado que venha da base da presidente Dilma Rousseff

 MARCOS VIEIRA

 O Partido dos Trabalhadores já realizou 13 encontros em 2015 com o objetivo de se preparar para a eleição do ano que vem. A estratégia da sigla, revela o seu presidente regional, Ceser Donisete Pereira, é manter os espaços já conquistados, ampliar onde for possível e incentivar aliados em municípios onde não haverá candidatura própria. Goiânia e Aparecida podem ter ou não cabeça de chapa do PT – a aliança com o PMDB nas duas cidades pode implicar em somente apoiamento, ou no máximo a ocupação da vice. Já Anápolis o cenário já está consolidado, com o prefeito João Gomes buscando a reeleição. Ceser Donisete conta que o desafio é ampliar o leque de alianças conquistado na disputa passada, com 13 partidos, quando Antônio Gomide foi o candidato vitorioso. O presidente do PT de Goiás conversou com a reportagem na última semana. Confira.

 

O que o PT tem trabalhado ultimamente visando 2016?

Nesse começo de ano realizamos 13 encontros regionais em todo o Estado de Goiás, e depois fizemos as etapas municipais e estadual do nosso congresso nacional, que começa em junho. Nessas [etapas] municipais e na regional, começamos naturalmente a discutir eleições. Estamos orientando o pessoal nosso. Como havia a expectativa do final das coligações [a entrevista foi feita antes da votação em Brasília, que acabou mantendo as coligações para a disputa proporcional], demos orientação para todos de formação das chapas de vereadores prevendo essa possível nova questão. A discussão das candidaturas majoritárias já começou.

 

Qual o objetivo central para o próximo pleito?

A preocupação nossa é o crescimento do PT. Hoje temos 14 prefeitos e queremos ampliar esse número. E queremos aumentar naturalmente o número de vereadores e de vices. Nos municípios que não temos condições de lançar candidatura, estamos orientando a fazer apoiamentos aos partidos que fazem oposição ao governo do Estado e que sejam da base da presidente Dilma. Isso porque fortalece o nosso campo na hora da discussão de 2018, na disputa para governador. Porque a hora de fazer o time para o enfrentamento de 2018 é agora, em 2016. Qualquer espaço que conseguirmos tirar dos que estão de lá, que estão nas mãos do PSDB e seus aliados, e trazer para o lado de cá, do PT, do PMDB e de outros partidos de oposição, nós entendemos positivos. E é claro, manter o que temos.

 

Isso passa por Anápolis…

Sim, isso passa por Anápolis, onde temos a candidatura do companheiro João Gomes à reeleição. Em Goiânia, onde nós governamos a cidade, mas desde 2008 temos uma aliança com o PMDB, quando o Iris [Rezende] foi prefeito, depois o Paulo [Garcia], que acabou se reelegendo. Então, nós vamos discutir com o PMDB qual o melhor nome, já que o Paulo não pode ser reeleito. Mas é nesse sentido: que esse espaço continue com nosso grupo. Em Aparecida é a mesma coisa. O Maguito Vilela, que apoiamos nas outras eleições, não pode ser reeleito. Então já que ele não pode, vamos discutir com o PMDB local qual é o nome que unifique os partidos para enfrentar, no caso lá, a oposição, que é governo do Estado. Então essa é a orientação geral. Temos o prazo até setembro para fazer as filiações daqueles que queiram. O PT com todo o problema que tem sido apresentado pela imprensa nacional, principalmente, alguns veículos inclusive com informações incorretas, somos o partido que mais filiou gente nesse período. Aumentamos em 16 mil filiados no Brasil. E aqui em Goiás não foi diferente. Então, estamos trazendo as pessoas para discutir a oportunidade das pessoas disputarem as eleições, colocarem seus nomes. Nossa tática é, primeiro, fortalecer o partido, manter o que tem, crescer um pouco mais e em segundo lugar, fortalecer os partidos de oposição onde não pudermos apresentar nossos nomes.

 

Aqui em Anápolis: ir em busca de um terceiro mandato, com o desgaste natural de quem está no poder, significa mais dificuldades?

Nas cidades, se você faz um governo bom, se você tem condições de mostrar para sociedade que está trabalhando. Claro, ninguém vai resolver todos os problemas, principalmente em uma cidade como Anápolis, que é muito grande, muito viva, muito organizada, há uma reivindicação muito forte dos moradores e dos setores organizados… Mas se a população percebe que estamos dando conta do recado, que estamos fazendo a tarefa de casa e podemos continuar, eu acho que o governo é analisado positivamente – e eu acho que estamos bem. Nós temos pesquisas – e nossos adversários também têm – que mostram que a população está muito tranquila com a Prefeitura de Anápolis. Agora a gente sabe que eleição é eleição. Às vezes você está bem e perde. Às vezes está ruim e ganha. Mas estamos numa trilha, que já fizemos de outra vez com Antônio Gomide na reeleição, vamos agora com o João Gomes, no sentido de que ampliarmos a aliança. Nós temos 13 partidos no governo e queremos manter esses partidos. Queremos ampliar um pouco a base e discutir com a sociedade o futuro da cidade, mostrando para ela que temos condições de fazer muita coisa. A cidade ainda necessita de muitas coisas, que não são resolvidos em dois ou três mandatos. Sem falar das demandas que vão aparecendo. Porque se você olhar o que era Anápolis em 2008, hoje é outra cidade. Conseguimos resolver muitos problemas, tanto do ponto de vista da sociedade quanto interno, da prefeitura, mas a cidade ainda tem problemas, é assim mesmo. Agora tem que ver quem dá conta de fazer e continuar esse trabalho. Porque para a população ter uma alternativa na oposição, tem que ser alguém que faça mais do que fizemos – e nós fizemos muito. Respeitamos todas as candidaturas e vamos manter um debate em alto nível, mas são pré-nomes que já tiveram oportunidade. Ou eles ou seus grupos. E já trabalharam, não vou aqui questionar quem trabalhou na cidade. E cada um faz aqui o que é possível durante o seu período. E eu acho que na hora de comparar, a população tende a ficar mais por nós. Não porque somos bonitos ou feios, mas pelo trabalho que a gente realiza, a força do trabalho que realizamos na nossa cidade nesses últimos seis anos e meio.

 

É natural que partidos que estão no governo apresentem nomes agora para a disputa majoritária?

Eu acho que é natural. É o momento das pessoas se apresentarem. Existem nomes mesmo de pessoas importantes na cidade. Depois tem o afunilamento. Os partidos precisam se organizar. Se o PT quer crescer e se fortalecer, os outros partidos todos querem. E as vezes algumas pessoas são animadas, tem um grupo de amigos ou grupo de partidos, ou setores organizados que possuem uma pessoa que seja destaque: tudo isso é natural que se coloquem nomes nesse momento. Mas isso não é problema algum. Aos poucos haverá o afunilamento. Na última eleição chegamos a ter 15 pré-nomes. Ao final eram cinco. Eu acho que Anápolis vai acabar ficando nesse número, de no máximo seis candidaturas. Eu acho que é o natural nosso.

 

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