Home Editoriais Economia Reeleito, Anastacios prepara a Acia para novos desafios

MARCOS VIEIRA

O empresário Anastacios Apostolos Dagios segue na presidência da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) até 2019. Reeleito por aclamação, juntamente com praticamente a mesma diretoria que fez parte do seu primeiro mandato, ele se revelou bastante combativo no seu primeiro mandato, na defesa de bandeiras importantes para o setor produtivo. Anastacios manteve um diálogo constante com o governo estadual, buscando principalmente a retomada de obras importantes para Anápolis – centro de convenções, anel viário do Daia e aeroporto de cargas. Agora, acredita que com os recursos da privatização da Celg todos esses projetos serão concluídos, representando um novo salto para Anápolis. Anastacios promete ainda dar início à obra da nova sede da Acia e dar atenção especial aos micro e pequenos empresários, que representam 90% da carteira de associados da Acia. O empresário conversou com o JE na quarta-feira (29). Confira.

Por que o senhor decidiu disputar a reeleição, em busca de mais um mandato à frente da Acia?
Praticamente a mesma diretora está sendo reconduzida. Foram dois anos de adequações na entidade. Fizemos adequação administrativa e técnica, e notamos que precisamos de mais dois anos para concluir os trabalhos. Vou te dar um exemplo: a construção da nova sede. Levamos um ano e meio para arrumar os papéis, os registros, escrituras e desmembramentos. Então entendemos que era preciso dar continuidade no que começamos. Não fizemos tudo que estava previsto. Então a mesma diretoria está sendo reconduzida, para dar continuidade ao trabalho e, agora, com mais celeridade. Informatizamos a entidade, temos mais recursos para trabalhar e de forma mais rápida.

Esse primeiro mandato do senhor coincidiu com uma crise nacional severa.
Foi uma das fases mais difíceis que nós passamos aqui. Quase 200 associados pediram desfiliação nos últimos meses. A nossa receita caiu bastante e isso atrapalhou um pouco nossos projetos, mas já estamos agora, neste mês de março, praticamente recuperando o número de associados que tínhamos antes da crise. Em 2016, praticamente perdemos um ano nesta história de lutar para não perder associados. Passamos por um momento difícil, mas mesmo assim aproveitamos para readequar a Associação Comercial. Ela está muito mais ágil. Vou te dar um exemplo: hoje o conselho fiscal não se reúne fisicamente aqui para aprovar as contas. Os membros recebem as planilhas por e-mail e a prestação de contas é diária. A coisa está mais dinâmica.

Com o dinheiro da privatização da Celg, o governador anunciou prioridade na conclusão de obras em Anápolis, como centro de convenções, anel viário do Daia e aeroporto de cargas. Isso é animador?
A gente tem por obrigação ser otimista, não podemos desanimar os empresários. A situação parou de piorar. A gente não vê uma melhora significativa, mas parou piorar. O governador Marconi Perillo nos garantiu – e a gente tem que acreditar nele, não é possível que ele está mentido para nós – que com a venda da Celg ele concluiria essas obras. Ele nos garantiu em um almoço, há 15 dias. A promessa do aeroporto não é concluir, mas sim licitá-lo, o governo não vai colocar mais dinheiro nele. O centro de convenções será finalizado e o anel viário do Daia também. A gente quer acreditar que isso vai acontecer agora.

Quais são os desafios deste novo mandato?
Estabelecemos como meta para este ano, além da nova sede, que é prioritária, dar atenção especial aos associados enquadrados como micro e pequena empresa – trata-se de 95% do nosso total. Vamos fazer ações que tentem beneficiar e ajudá-los. Por exemplo, contratamos uma empresa em Brasília que fará o diagnóstico gratuito para todo associado. Já temos hoje assessoria jurídica para os associados, passaremos a ter assessoria empresarial. A equipe vai à empresa, vai ver o RH, o Financeiro, a Logística. Quem vai bancar isso é a Acia. Estamos também fechando contratos com empresas para que a partir de abril tenhamos palestras mensalmente para esses empresários. Serão palestras motivacionais, relativas ao negócio de cada um.

O que significa a ida de um diretor da Acia (Francisco Pontes) para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico?
A gente acha que o diálogo ficará mais fácil e mais honesto. Tínhamos diálogo antigamente, mas as coisas não aconteciam. A gente acha que a coisa agora será mais franca. Levamos algumas pautas para o doutor Francisco Pontes. Por exemplo, um Vapt Vupt empresarial. Conversamos sobre isso com o governador, que indicou o coronel Adailton Nascimento [secretário-chefe do Gabinete Militar] para intermediar esse assunto. Deixamos um projeto com ele, com o objetivo de trazer esse benefício para a classe empresarial. Com esse Vapt Vupt será possível abrir uma empresa em até 48 horas. Agora essa demanda também está nas mãos do Francisco Pontes. A presença dele na SED nos dá essa expectativa: um diálogo mais franco e rápido do governo com a classe empresarial anapolina.

Quais são as demandas do Distrito Agroindustrial de Anápolis?
O prefeito Roberto Naves teve uma reunião com a Codego [Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás], com o Júlio Vaz, que é do mesmo partido dele, e a gente acha que por causa disso a coisa começará a andar mais rápido. Estive com o senhor Ângelo, do Cartório, para tratar de alguns entraves do Daia e ele me disse que algumas soluções começaram a aparecer. O licenciamento ambiental que é o mais importante – porque o cartorial ele disse que está resolvido. E a Codego prometeu que nos próximos 60 dias essa questão ambiental estará resolvida. Vamos acompanhar isso. A ideia é que resolvida a questão ambiental e cartorial, 90% dos problemas do Daia acabam. O empresário hoje não tem escritura da fábrica dele. Ele não pode dar seu imóvel como garantia em um financiamento, por exemplo. E ele precisa de um pouco mais de domínio nos negócios dele. Falaremos isso com o secretário Francisco Pontes, na nossa próxima reunião, daqui a 15 dias, e também sobre um mutirão entre Estado, Município e Poder Judiciário para desencravar aquelas 35 áreas que estão judicializadas no Daia há mais de 20 anos. Nós temos mais de 90 empresas para se instalar nesse espaço, entre pequenas, médias e grandes, e essas 35 áreas gigantes paradas lá, judicializadas. A ideia é que a gente faça um mutirão para mudar esse cenário.

O ano de 2017 será melhor?
A gente está um pouco pessimista com a questão de Brasília. A questão política está assustando o empresário, que está receoso, mas queremos acreditar que sim, que o ano será melhor, pois seguiremos aqui, lutando pelas causas empresariais que, no final das contas, assume posição importante entre as demandas de toda a sociedade. O empresário quer ambiente favorável para trabalhar, gerar emprego e renda, contribuir para o crescimento da cidade.

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