Home Destaques Ex-prefeito de Pirenópolis retoma trabalho quebrando pedras após absolvição

João do Léo foi inocentado em processo de improbidade administrativa e diz que não tem patrimônio nem renda

Publicado: 05.01.2024

O ex-prefeito de Pirenópolis, João do Léo, voltou a trabalhar na pedreira local como extrator de pedras, após ter sido absolvido em um processo de improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Ele afirma que não tem nenhum patrimônio e que está morando em um barracão nos fundos da casa de sua ex-esposa. João do Léo foi acusado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) de ter se enriquecido ilicitamente quando ocupava o cargo de prefeito, entre 2017 e 2020.

Segundo o MPGO, ele teria usado obras públicas para sua promoção pessoal, como a construção de uma praça com seu nome e a instalação de placas com sua foto em vários locais da cidade. No entanto, o TJGO confirmou a sentença de primeira instância que inocentou o ex-prefeito, por entender que os fatos imputados não configuram improbidade administrativa, de acordo com a nova lei que entrou em vigor em 2022. A decisão foi proferida em dezembro de 2023, no mês de combate à corrupção.

Uma vida simples e humilde

João do Léo diz que não se abateu com as acusações e que sempre confiou na Justiça. Ele conta que, após deixar a prefeitura, retomou sua antiga atividade de extrair pedras na pedreira de Pirenópolis, uma das principais fontes de renda do município, que é famoso por seu patrimônio histórico e cultural. “Eu sempre trabalhei na pedreira, desde menino. É um trabalho duro, mas honesto. Eu não tenho vergonha de dizer que eu sou um pedreiro. Eu não tenho nada de patrimônio, nem carro, nem casa, nem fazenda. Eu vivo de aluguel, em um barracão nos fundos da casa da minha ex-mulher, que me ajuda com as despesas. Eu não tenho renda fixa, eu ganho por produção. Tem dia que eu tiro R$ 100, tem dia que eu tiro R$ 50, tem dia que eu não tiro nada”, relata.

De camisa azul, o ex-prefeito ainda realiza “bicos” como pedreiro para tentar se sustentar.

O ex-prefeito afirma que nunca se envolveu em nenhum esquema de corrupção e que sempre administrou a cidade com transparência e responsabilidade. Ele diz que as obras que realizou foram para beneficiar a população, especialmente a mais carente, e que nunca usou seu cargo para se promover. “Fiz muita coisa boa por Pirenópolis. Eu reformei escolas, postos de saúde, ruas, pontes. Eu construí uma praça com o nome do meu pai, que foi um grande líder comunitário, e não com o meu. Eu coloquei placas com a minha foto para mostrar que eu estava presente, que eu estava trabalhando, que eu estava fiscalizando. Eu nunca roubei um centavo do povo. Eu tenho a consciência tranquila”, declara.

Perseguição política

Para o advogado de João do Léo, José Rodrigues Ferreira Junior, presidente da comissão de combate às desigualdades raciais da OAB/Anápolis, o ex-prefeito está sendo vítima de perseguição política, por parte de seus adversários, que tentam descredibilizá-lo perante o povo de Pirenópolis, onde ele tem grande carisma social e político, principalmente entre os mais simples, mesmo não tendo a intenção de se candidatar novamente. “O João do Léo é um homem do povo, que veio de baixo, que sabe das dificuldades da vida. Ele foi um prefeito que fez uma gestão voltada para os interesses coletivos, que valorizou a cultura, o turismo, a educação, a saúde, a infraestrutura, que cuidou das pessoas, que foi próximo, que foi humano. Tem uma história de luta, de superação, de honestidade e tem o respeito e o reconhecimento da maioria dos pirenopolinos”, defende.

O advogado diz que o ex-prefeito está sendo alvo de uma série de ações judiciais infundadas, que visam manchar sua reputação e inviabilizar sua candidatura nas próximas eleições. José Rodrigues afirma que vai recorrer de todas as decisões que forem contrárias aos interesses de seu cliente e que confia na absolvição dele em todos os processos. “O João do Léo é inocente de todas as acusações que lhe são feitas. Ele não cometeu nenhum ato de improbidade administrativa, nem de enriquecimento ilícito, nem de desvio de recursos públicos. Existem provas documentais e testemunhais que comprovam sua lisura e sua idoneidade. Mesmo que não queira, possui o direito de se defender e de se candidatar novamente. Ele tem o apoio do povo e a força de Deus, e vai vencer essa batalha”, conclui.

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