Home Editoriais Política Definição de apoios no último instante e muita especulação

MARCOS VIEIRA

A etapa de definição de candidaturas em Anápolis foi um teste do poder de articulação dos políticos. Partidos menores adormeceram em uma coligação e acordaram nos braços de outro grupo (com alguns grandes, existiram situações semelhantes). Houve participação considerável dos comandos regionais nas decisões locais e, claro, muito pragmatismo, independentemente de ideologia.

Desde praticamente o início da pré-campanha, o deputado estadual Carlos Antonio, agora candidato a prefeito pelo PSDB, anunciou que seu companheiro de chapa, vice na disputa, seria o pastor Elismar Veiga (PHS). A decisão antecipada, totalmente fora dos padrões eleitorais do Brasil, deu margem para diversas especulações.

Houve quem afirmasse que Carlos Antonio, apesar de Elismar Veiga, ainda negociava a vice. Havia, inclusive, a especulação de que o próprio deputado não seria candidato a prefeito. Por fim, PSDB-PHS realizaram uma convenção que mostrou força da militância. Mais três partidos formam a chapa, PSL (aliado praticamente desde o princípio dos tucanos), PRTB (que negociou com todo mundo) e PEN (que acabou entrando na coligação no último dia, por força de uma intervenção estadual).

A definição da candidatura de Carlos Antonio só não era tão antiga quanto a do prefeito João Gomes, que desde que assumiu o cargo no lugar de Antônio Gomide já tinha visto seu partido, o PT, anunciá-lo como candidato à reeleição. Os petistas conseguiram na reta final o apoio do PMDB, que vinha flertando seriamente com o DEM. A negociação teve participação da cúpula estadual peemedebista, através do presidente do diretório regional, deputado federal Daniel Vilela.

A princípio, a informação era que o PMDB só estava com o PT por imposição, mas um trabalho de bastidores acabou convencendo a ala majoritária do partido na cidade. Por fim, o principal líder da sigla, vereador Eli Rosa, acabou abraçando o projeto, assumindo a candidatura de vice-prefeito.

João Gomes terá o maior tempo de televisão porque reuniu na sua aliança partidos que possuem preciosos segundos. É o caso, por exemplo, do PSB, que entrou na composição mesmo sem indicar a vice – no caso, o nome mais cotado, que inclusive cogitou disputar a eleição como cabeça de chapa, era do vereador Frei Valdair de Jesus.

O PP também se manteve na aliança com o PT, confirmando a fidelidade do ex-vereador Mozart Soares (secretário municipal de Governo) ao projeto iniciado por Antônio Gomide, ao lado do presidente da sigla, Jorge Rodrigues (também membro da gestão municipal). O PDT, aliado de primeira hora dos petistas no cenário nacional, também se manteve no arco de apoiadores de João Gomes.

O caso do SD acabou sendo emblemático na disputa por apoios nessa fase das convenções partidárias. A princípio o partido do vereador Amilton Filho estava fechado com João Gomes, mas devido a um acordo regional, acabou ficando na composição formada para apoiar o candidato a prefeito Roberto Naves (PTB).

Novato em disputas eleitorais como candidato, o empresário do ramo da educação quer surpreender e mostra um poder de articulação nessa fase inicial da campanha. Seu vice é o pastor Márcio Cândido, do PSD, partido que até outro dia tinha candidato próprio a prefeito, o médico Olegário Vidal.

Naves também conseguiu levar os indecisos de última hora para o seu lado. Foi o caso do PTN, que passou grande parte do período pré-eleitoral com candidato próprio, passou para a possibilidade de lançamento de um vice e, por fim, acabou se definindo por apenas uma chapa completa de candidatos a vereador. O apoio do PRB também foi na último dia – o partido do ex-vereador Gérson Santana chegou a ser anunciado na chapa de João Gomes.

No grupo de candidatos que vão disputar a eleição com chapa pura, a primeira definição foi do advogado Valeriano Abreu. O candidato a prefeito do PSC fez sua convenção no sábado que antecedeu a última semana do prazo dado pelo TSE (30 de julho). Sem perspectiva de fechamento de apoio de outras siglas, optou por uma solução caseira, lançando como vice a odontóloga Teresa Cristina Sabag.

O ex-deputado estadual José de Lima tentou até o último instante ter um vice de outro partido, mas também teve que buscar dentro do seu partido, o PV, um nome para compor a chapa majoritária. O empresário Edgar da Priscila Modas, também novato nas disputas eleitorais, foi o escolhido. José de Lima chegou a oferecer o lugar ao ex-prefeito Ernani de Paula, que não abriu mão da cabeça de chapa.

Ernani de Paula foi cortejado, mas não conseguiu despertar o interesse de nenhum outro partido para composição com o seu PSDC. A solução foi colocar uma aliada antiga, desde os tempos de prefeitura, na vaga de vice: Neusa Melo (PSDC).

Outro que negociou até o último momento foi o candidato a prefeito do DEM, deputado federal Pedro Canedo. De volta a uma disputa majoritária depois de vários anos, o experiente médico contava com o PMDB em sua chapa, mas diante da mudança de cenário, tentou uma composição com o PTN. Por fim, diante do quadro praticamente definido, anunciou que seu companheiro, candidato a vice-prefeito, será o vereador Miguel Marrula.

CHAPAS E CANDIDATOS

Prefeito: Carlos Antonio (PSDB)
Vice: Elismar Veiga (PHS)
Coligação: PSDB, PHS, PSL, PEN e PRTB

Prefeito: Ernani de Paula (PSDC)
Vice: Neusa Melo (PSDC)
Sem coligação

Prefeito: João Gomes (PT)
Vice: Eli Rosa (PMDB)
Coligação: PT, PMDB, PPL, PCdoB, PDT, PRP, PSB, PR, PP e PMN

Prefeito: José de Lima (PV)
Vice: Edgar da Priscila Modas (PV)
Sem coligação

Prefeito: Pedro Canedo (DEM)
Vice: Miguel Marrula (DEM)
Sem coligação

Prefeito: Roberto Naves (PTB)
Vice: Márcio Cândido (PSD)
Coligação: PTB, PSD, PROS, PTdoB, SD, PMB, REDE, PTN, PPS e PRB

Prefeito: Valeriano Abreu (PSC)
Vice: Teresa Cristina Sabag (PSC)
Sem coligação

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