Home Editoriais Cidades Conjunto Filostro Machado: um lugar para a comunidade

LUIZ EDUARDO ROSA

Os locais de convivência nos bairros em Anápolis dificilmente deixaram de existir. Seja por instalações do poder público, de associações de moradores ou até por igrejas, os centros comunitários desempenham diferentes funções indo do celebrativo ao serviço social. Nos anos iniciais de estruturação do bairro Filostro Machado, o Centro Social Mirian Rezende desempenhou diferentes funções a partir das demandas da comunidade e do poder público. Secretário Municipal e líder comunitário contam as transformações do espaço e como vem desempenhando atividades que, na atualidade, vão para além da abrangência do setor onde está localizado.

A parceria entre o Município e o Governo Estadual, em Anápolis, deu início ao Conjunto Habitacional Filostro Machado Carneiro (CFMC), em 1994, e nos anos iniciais foram implantados os equipamentos públicos iniciais. Entre estes primeiros equipamentos públicos, foi implantado o Centro Social Mirian Rezende, não havendo um ano de construção confirmado pelos entrevistados. O local é situado aos fundos do primeiro loteamento do CFMC, com margens à Avenida Sérvio Túlio Jaime.

“Fazíamos muitas festas no local, porém não foi somente essa função, o Centro serviu até como local para missas antes da construção da capela”, conta o funcionário público, Geraldo Joaquim de Oliveira, de 72 anos. Mais popularmente conhecido na região por “Geraldo do Gás”, ele foi o primeiro presidente da Associação Pró-Melhoramento do Conjunto Filostro Machado. Entre as utilizações do Centro, o espaço era demandado para realização de festas para a vizinhança, casamentos, batizados e outros fins. “No início foi muito bom, porém chegou um dado momento em que havia muitas brigas, o que levou a encerrar este tipo de atividade”, explica Geraldo.

Após essa época, entre os anos de 2000 e 2003, o local foi utilizado para depósito de pneus usados, no período da gestão municipal do prefeito Ernani de Paula, segundo informações dos dois entrevistados dessa reportagem. Ao chegar em 2009, iniciou outra ocupação funcional do Centro Social. “Ao avaliarmos o imóvel em situação de abandono, retiramos os pneus, reformamos o local e fizemos uma parceria com o Senai para realizar cursos lá”, explica o secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Francisco Rosa.

A primeira parceria da Prefeitura com o Senai, na ocupação do local, foi para a implantação do Centro de Formação (Cenfor) Mirian Rezende, conservando o mesmo nome do Centro Social. O Cenfor passou da administração da pasta de Desenvolvimento Social para a de Trabalho, Emprego e Renda. Anos depois entrou o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), sob a administração da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação. “O Centro passou a ser uma referência para moradores de outros setores que vão ao Centro para realizar cursos de qualificação, muito positivo para o setor”, explica Geraldo.

Política
Para Geraldo, uma das reivindicações iniciais que fundaram a Associação de Moradores, em 1995, foi a busca por contribuições para murar as casas. “A primeira casa doada para nós, os contemplados pelo CFMC, contavam somente com a casa e o terreno aberto”, explica Geraldo. Em momento posterior, a reivindicação que demandou maior mobilização foi o asfalto. Com a Associação sediada em sua residência, durante os anos iniciais da Entidade realizava a distribuição de alimentos como pães e leite para a vizinhança.

“Ao passar dos anos, houve uma maior distância entre os líderes comunitários e o Prefeito, o que desestimulou muita gente em fazer parte das associações de bairros”, explica Geraldo. Um dos alvos de maior reclamação dos moradores é a Unidade de Saúde do setor, que para Geraldo, nada mais funciona do que para somente encaminhar para as unidades de maior complexidade. “Por fim, essa distância acaba dificultando e deixando de lado a população de condição financeira baixa, pois distanciam a gestão dos espaços, daqueles que mais entendem dos problemas do setor”, explica Geraldo.

Mirian
Segundo informações do secretário, Francisco Rosa, o nome de Mirian Rezende remete à filha de um ex-deputado da Assembleia Legislativa e ex governador, Agenor Rezende, que tem sua influência política na cidade goiana de Mineiros. Em 1994, Agenor era presidente do Legislativo Estadual e assumiu a chefia do Governo Estadual até 1º de janeiro de 1995, devido à renúncia do então governador Íris Rezende, para concorrer às eleições ao Senado Federal. Neste período perdeu sua filha Mirian, que na época era estudante, e foi homenageada pelo prefeito Wolney Martins, nomeando o Centro Social no Filostro Machado.

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