Home Editoriais Cidades Falta de vagas de estacionamento no Centro pode ter solução tecnológica

ANDRÉ FELIPE RIBEIRO

Com uma frota de 250 mil veículos e vias estreitas, além de ponto de chegada e saída da imensa maioria das linhas de ônibus da cidade, a região central de Anápolis enfrenta um problema crônico de falta de vagas de estacionamento. Parar na rua, mesmo em locais onde há área azul, tornou-se um lance de sorte.

De acordo com o novo diretor-geral da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), Carlos César Toledo, uma equipe está sendo preparada para solucionar esse problema na cidade. “São pessoas qualificadas quanto à engenharia e cada caso será estudado separadamente”.

No último levantamento feito pela CMTT, foram contabilizadas 1.000 vagas de estacionamento público no centro de Anápolis, contando com área azul (carros) e área verde (motocicletas). Com a frota de 250 mil veículos (dados do Denatran), fica impossível pensar em qualquer “folga” para a situação.

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Anápolis (CDL), Wilmar Jardim, afirma que a falta de estacionamento prejudica o comércio de rua, pois inibe a vinda do consumidor para o Centro. “A solução já existe, que é a área azul, mas é preciso modernizá-la, implantando novo modelo de gestão via web e fiscalizar verdadeiramente, punindo os infratores e gerando rotatividade”, diz o líder classista.

A maneira de forçar a rotatividade nas vagas da área azul é fiscalizando melhor. “Nesse sentido, continuar com os blocos de papel seria ir na contramão do que prega a modernidade”, frisa o diretor-geral da CMTT. Carlos César explica como será o novo sistema. “A pessoa adquire um crédito para poder utilizar a área azul, que pode vir de um cartão ou de um aplicativo de celular. E mesmo que essa pessoa tenha crédito suficiente quando vencer o seu prazo de 60 minutos na vaga, ela terá que sair, dando sentido à rotatividade. Caso não seja cumprida a regra, uma notificação eletrônica será enviada para nossa equipe de fiscalização, que poderá aplicar uma multa”.

O diretor-geral da CMTT aponta ainda outro problema que deve ser observado. “Sobre os caminhões que ficam na região dos armazéns no Centro, existem áreas de carga e descarga que tem que ser observadas, tem que ter uma fiscalização, pois não pode ultrapassar o tempo de carga e descarga. São intervenções que tem que ser dada por parte da engenharia e da fiscalização”.

Para Toledo, o compromisso é de implementar a tecnologia e a engenharia juntamente com a educação no trânsito para conseguir êxito na melhoria do fluxo nas vias da cidade. Ele ainda ressalta que é preciso coragem na hora de tomar as decisões porque nem sempre será possível agradar a todos.

Especiais
A falta de educação no trânsito não é um problema constatado somente na cidade de Anápolis, infelizmente se vê essa realidade em quase todas as cidades brasileiras. Em relação às vagas de estacionamento, as pessoas não respeitam as vagas comuns, quem dirá as vagas especiais. O presidente da Associação dos Deficientes de Anápolis (ADA), Herondes Ferreira, relata que as reclamações no órgão sobre o desrespeito são frequentes. “Na ADA todos os dias tem um deficiente reclamando que são poucas vagas”.

Herondes afirma que para a cidade seria interessante abrir um concurso público para agentes de trânsito. “A fiscalização das vagas poderia ser mais eficiente por parte da CMTT, porém são poucos agentes de trânsito para muitos carros em Anápolis”.

Particulares
A superlotação das cidades e as falhas nos sistemas de transportes públicos, aliados ao aumento da frota de veículos em todo o Brasil somam condições que favorecem o mercado de estacionamentos particulares. O crescimento deste tipo de negócio é proporcional ao crescimento da frota no país.

Pagar para estacionar o carro em locais particulares passou de opção à necessidade. O valor da multa para veículos encontrados em locais proibidos varia de R$ 130,136 a R$ 293,47 dependendo do grau da infração e a incidência pontos na carteira também varia de 4 a 7 pontos de acordo com a infração cometida, muito superior ao valor pago por algumas horas de estacionamento.

Alguns imóveis no centro de Anápolis, que antes eram comércios, foram demolidos para virar estacionamento particular. Em média o valor pago por mensalista nesse tipo de estacionamento é de R$ 200 para carro, R$ 70 para moto e R$ 230 para carros que ficam estacionados dia e noite. Já o valor pago pela hora estacionada por carro está sendo cobrado em média de R$ 5 e caminhonetes R$ 6. E para cada hora adicional, o valor é de R$ 4. Já as motos que ocupam menos espaço é cobrado R$ 3 a hora e R$ 1 para hora adicional.

Há quem diga que o negócio não está valendo a pena, como explica o advogado que é dono de um estacionamento privado no centro Carlos Montalvão. “O negócio hoje não vale a pena, se levar em consideração o valor do imóvel. O imóvel no Centro continua valorizado e se pegar a receita gerada com o estacionamento não vale a pena, em razão do número de estacionamentos que abriram nos últimos anos, tanto no rotativo quanto no mensalista tenho vagas ociosas”.

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