Saúde mental em crianças: quando buscar ajuda especializada

daphne pepala

Autismo, bipolaridade, transtorno opositor desafiador ou simples birra? Segundo a neuropsicóloga Daphné Pépala, é preciso um diagnóstico correto

 

A importância de identificar sinais e tratar desde a infância

A neuropsicóloga Daphné Pépala, do Instituto Sool em Anápolis, voltou a trazer à tona a importância do diagnóstico preciso de transtornos de comportamento. A conversa explorou como são realizados os diagnósticos, quando buscar ajuda especializada, quais sinais pais e adultos devem observar e como transtornos podem se manifestar ao longo da vida. A especialista também respondeu dúvidas sobre comportamentos atípicos, manias, agressividade, sintomas fisiológicos e as consequências da falta de acompanhamento adequado.

O assunto voltou a ser tema nas redes sociais depois que a atriz Bruna Marquezine divulgou que faria teste para saber se era autista. A identificação correta exige embasamento técnico, testes, análise clínica e compreensão da história do paciente desde a infância até a fase adulta. Segundo Daphné, alguns transtornos são inatos e se desenvolvem ao longo da vida, enquanto outros envolvem fatores de aprendizagem e ambiente. Testes neuropsicológicos, aliados ao olhar clínico, ajudam a diferenciar hábitos comuns de sinais de alerta.

Problema ou imaturidade?

A especialista destacou que manias só são consideradas problema quando geram sofrimento emocional ou prejuízo na rotina. Comportamentos infantis como birras intensas, oposição constante e irritabilidade podem indicar o transtorno opositor desafiante, que se manifesta desde a primeira infância. Porém, nem todo comportamento difícil é um transtorno, podendo refletir padrões de educação ou fases naturais do desenvolvimento.

A diferenciação entre hábito e transtorno é fundamental para evitar diagnósticos equivocados e intervenções desnecessárias. Adultos não diagnosticados e impactos do estresse prolongado. Muitos adultos descobrem transtornos apenas depois de anos convivendo com dificuldades que começaram na infância.

Diagnósticos precisos

A internet ajuda na divulgação de informações, mas também leva algumas pessoas a se autodiagnosticarem sem orientação adequada. Para esses casos, a avaliação neuropsicológica detalha a trajetória do paciente e permite compreender causas e impactos reais. O estresse prolongado resulta em alterações comportamentais e até condições psicossomáticas, como dermatites, alopecia e fibromialgia, quando não há causa fisiológica identificada. Rotinas exaustivas podem transformar o corpo e a mente, gerando sintomas que desafiam diagnósticos convencionais.

A pessoa não é doida por procurar psicólogo ou psiquiatra. Ela quer se manter emocionalmente estável. O momento de se preocupar é quando fica claro que algo não está normal e começa a incomodar ou fugir ao controle. O acompanhamento deve ser buscado sempre que surgirem sinais persistentes de alteração comportamental, dificuldade de interação, agressividade involuntária ou qualquer mudança que interfira na vida familiar, escolar ou profissional. A avaliação neuropsicológica não precisa ser anual, mas sim realizada quando há indicadores de que algo está fora do padrão esperado.

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