Home Geral Celg e André Mocotó | por Marcos Vieira

Por que a Celg contratou o Mocotó da Malhação para dar dicas aos goianos sobre economia de energia? Todo hora na minha televisão aparece nos intervelos comerciais o tal André Marques falando em desligar os aparelhos quando não estamos usando e propondo um consumo racional de energia. No fim, ele fala que está nascendo uma nova Celg.

É um discurso vazio e se a companhia estava querendo isso mesmo, falar qualquer coisa para ver se cola, escolheu certo: um ator antipático e sem relevância. Mas o que a Celg poderia fazer quando se propõe a um novo começo é se aproximar dos consumidores e atender de fato suas demandas.

Poderia quem sabe começar por Anápolis, cidade de quase 400 mil habitantes que perdeu seus principais pontos de atendimento da Celg. Hoje qualquer reclamação é direcionada para uma central em Goiânia e a conversa é com uma máquina.

O detalhe é que as coisas só são resolvidas efetivamente porque os servidores da Celg em Anápolis tem compromisso com a cidade onde moram. Aliás, quem está olhando para eles? Quem sabe a real condição dos servidores pós-privatização? André Marques?

Outro problema grave e que não aparece nos comerciais da televisão é a inexistente oferta de energia elétrica para a indústria. Grandes empreendimentos ficam comprometidos ou simplesmente não podem sair do papel porque se acumulam anos de atraso em relação aos investimentos no setor.

Uma fábrica na beira da rodovia BR-060, no perímetro urbano de Anápolis, precisa trabalhar semanas com um gerador porque a Celg demora uma eternidade para ligar a energia elétrica, mesmo quando os postes e fios foram pagos pelo próprio empresário e doados à companhia.

Faltou à Celg, nesses comerciais que propõem um “novo começo” explicar se há chance de a energia elétrica custar menos, se os mais carentes podem ter algum programa específico de ajuda da empresa e se a taxa de religação poderá ser abolida.

Aliás, há um projeto de lei na Câmara Municipal que tenta eliminar a cobrança da religação em Anápolis. A matéria certamente será aprovada e a companhia irá questioná-la na Justiça. Vão alegar que sem a taxa não há como fechar a conta e, quem sabe, isso necessitará um novo aumento da tarifa.

Taxa de religação é realmente uma prova do tratamento que os detentores do poder dispensam ao povo. Para restabelecer a energia elétrica, algo essencial para a vida moderna, a pessoa precisa pagar certa quantia, sendo que ela só foi obrigada a solicitar a religação porque inicialmente não tinha dinheiro para o principal, que é a conta de sua casa. André Marques Mocotó poderia nos ajudar nisso.

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