Home Editoriais Economia Preço de material escolar chega a variar até 241%, aponta Procon

A pesquisa foi realizada com 141 itens, em seis papelarias de Anápolis e somente em estabelecimentos que tinham o mesmo modelo de produtos

ANA CLARA ITAGIBA

As aulas começam somente em fevereiro, mas é neste mês que vem a preocupação com as temidas listas escolares. Para evitar surpresas, é necessário planejar e pesquisar com um pouco de antecedência. Uma pesquisa divulgada na quarta-feira (10) pela Secretaria Municipal de Direito do Consumidor (Procon) apontou uma variação de até 241% em produtos. A pesquisa foi realizada com 141 itens, em seis papelarias de Anápolis e somente em estabelecimentos que tinham o mesmo modelo de produtos. O objetivo foi ajudar os consumidores a economizar neste início de ano.

A pasta de plástico foi o produto que mais teve distinção de preço. Segundo a análise, o menor valor entrado foi R$ 2,90 e o mais caro foi R$ 9,90. A variação foi de 241%. Já a cola líquida branca foi o segundo item que atingiu a maior variação. O menor valor encontrado foi R$ 0,40 e o maior foi R$ 1,30, sendo assim, a alteração foi de 225%. O terceiro artigo que mais teve disparidade nos preços foi a caneta hidrocor, com 209%. O menor valor registrado foi R$7,40, sendo que mesmo produto foi encontrado em outro estabelecimento custando R$22,90. Quem quiser ter acesso à lista completa é só entrar no site anapolis.go.gov.br ou solicitar uma cópia pelo email procon@anapolis.go.gov.br.

O contador Rogério Vidal tem um filho que acabou de passar para o Jardim I. Ele conversou com a equipe do JE na terça-feira (09) enquanto fazia um orçamento da lista de materiais escolares. Antes de decidir onde comprar, Rogério pesquisou em alguns estabelecimentos. “Essa é a segunda loja que eu vou e já percebi uma variação de mais ou menos 20%”, disse o contador.

De acordo com o secretário responsável pela pasta, Valeriano Abreu, essa é realmente a melhor forma de poupar. Além disso, evitar levar as crianças também pode ajudar, já que normalmente elas fazem questão de produtos com a estampa de personagens, o que é consideravelmente mais caro que outros que não tem.

Na papelaria Risk, localizada no Jundiaí, o índice de vendas já registraram uma melhora considerável, se comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo a gerente do estabelecimento, Thais Chaveiro, os preços têm chamado a atenção dos consumidores. “Os fornecedores diminuíram bastante os valores e com a crise econômica as pessoas passaram a pesquisar mais. Por isso, nós também estamos tentando trazer os preços melhores, justamente para atrair mais”, afirmou.

Além disso, houve um aumento de vendas na papelaria com um mês de antecedência do que era considerado o normal. “A maioria dos pais entregavam as listas na terceira semana de janeiro, ou até mesmo na última. Sempre muito em cima da hora. Agora esse ano não, muito gente adiantou. Em dezembro tivemos um movimento grande”, contou a gerente, Thais Chaveiro.

“É bom lembrar que as escolas não podem exigir marcas específicas na lista de produtos. O consumidor não é obrigado a comprar exatamente aquela marca porque ele é livre para adquirir o produto da marca que quiser”, ressaltou Valeriano.

Direitos
Havendo qualquer ameaça ao direito do consumidor, seja por parte de instituições de ensino ou estabelecimentos que vendem materiais escolares, o indivíduo lesado deve procurar o Procon para tomar a medidas necessárias. “Se for o caso de comparecimento pessoal para verificar a situação no estabelecimento ou de um processo administrativo, para buscar uma reparação de um dano que o consumidor sofreu, realmente nós estamos a disposição”, disse o secretário.

COMO ECONOMIZAR

1 – Realize as compras de materiais escolares em conjunto com outros pais. Isso dará maior chance para negociar menores preços.

2 – Levante todo o material escolar que sobrou no ano anterior, separando o que pode ser reaproveitado ou não. Nessa hora é importante lembrar que as trocas de livros didáticos entre alunos de séries diferentes representam grande economia.

3- Não se deixe levar somente pelos desejos dos filhos, eles são influenciados pelos amigos e pelo marketing publicitário, por isso vão querer sempre produtos da moda e que contenham imagens de artistas ou personagens de sucesso, o que faz com que os preços desses produtos fiquem muito mais caros.

4 – Na hora da compra é fundamental saber falar e se expressar, buscando a melhor opção de pagamento. Para isso, a disciplina é fundamental, com uma boa abordagem, para que a obtenção do melhor preço ocorra de forma segura e inteligente.

5 – Existem diversas formas de abordar um vendedor, mas, seja qual for a sua, algumas dicas são interessantes: escolha bem a marca do produto, pesquise o preço na internet e em pelo menos três lugares com visitas presenciais, negocie a vista e pague a prazo, mas as prestações devem caber em seu orçamento mensal futuro.

6 – Atualmente a compra pelo mercado eletrônico vem crescendo e há casos em que o preço das lojas virtuais cobre o preço das lojas de rua e dos shoppings, que têm custos de marketing, locação e funcionários.

7 – Recicle materiais. Além de ser uma forma de economizar, também desenvolve o espírito lúdico das crianças.

8 – Faça compras de produtos para o recreio em atacados e faça economia na merenda escolar, sempre com a preocupação de um bom balanceamento nutricional.

9 – Antes de negociar com as vans para levar os filhos na escola, veja se não existe a possibilidade de um revezamento com pais que moram na mesma área ou condomínio.

10 – Procure saber com a direção da escola quais diferenciais ela trará este ano e nos anos seguintes em relação ao ensino de educação financeira. Caso isso não ocorra, explique a importância de inserir esse tema desde cedo.

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