Pela rua desvairado!

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IRON JUNQUEIRA

Saio andando pela rua sem rumo e sem destino, levando no peito um pesar profundo, um sofrer sem tamanho, e sem motivo certo.

Tamanha é a angústia que carreamos que ela se torna indecifrável e sem resposta, para qualquer que ouse desvendar o porquê de tudo o que a gente sente.

Estive me auscultando detalhadamente e descubro que, grande parte desse desespero tem explicação no cenário que assisto neste país tão cheio de pobreza de todo tipo, sendo a pior a ignorância…

– Bebês de seis meses sendo espancados; mulheres sendo quebradas a pauladas pelos maridos; jovens se metralhando dentro de carros ou nas rodas de drogados; adolescentes esfaqueando-se reciprocamente; pessoas tirando a pele de cães vivos; casais atirando filhos janela abaixo de apartamentos; abortos criminosos sendo praticados; “pastores” que deviam estar socorrendo e orientando seus fiéis, tomando-lhes os poucos pertences que lhes ficaram de modesta herança, deixada por familiares ou pensões de viúvas que neles acreditaram. Essas vítimas, porém, merecem a fraude da qual foram vítimas, quem as mandou acreditar nessas pessoas que a mídia mostra com excesso de exposições, a ver se o povo acorda para a reflexão? Mas o que ocorre é essa grande maioria responder à mídia com maldição e prece contra os justos e bons que tentam alertá-los dos oportunistas que exploram sua parvoíce!

“De tanto ver triunfar as nulidades”, a gente só não cai em depressão porque sabe que o mundo é um campo de prova e regeneração que, somente pela dor e exasperação, todos começaremos a ter a mente bipando na ânsia de Luz e de Paz.
Se não fosse esse raciocínio, segundo o qual toda ação gera uma reação, toda causa tem seu efeito, e que paga-se por tudo de errado que se faz, é que a gente segura e disciplina essa vontade de resolver as questões políticas, sociais e desonestas no pico de bala, na incitação do povo à revanche, no chumbo contra os corruptos e desumanos radicais, principalmente num regime de mentiras, mentiras e mentiras, dessas autoridades ignorando as leis e fazendo as coisas com a mesma tranquilidade que cometem suas mais incríveis loucuras e desequilíbrios, na intimidade dos seus quartos elavabos.

É por conta de tudo isso que saímos para a rua sem rumo e sem tino, sem paz e sem esperança, sem conforto e sem alegria. É devido, unicamente, a isso que, também, não estamos por aí, levando aos bandidos “civis”, políticos e “administrativos”, a lição de que tanto merecem, qual seja uma revolta à proporção dos males que têm praticando contra um povo bom, em nome de uma democracia cuja liberdade é exercida inspirada na anarquia e na desfaçatez. Que eles deixem a população viver e trabalhar em paz, sem enganação política, social e religiosa.

Se governos autoritários e levianos resolvessem os problemas do mundo, a União Soviética, Cuba e outras republiquetas, estariam construindo e não destruindo.É isso.

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