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Iron Junqueira

             Era uma família muito benquista na localidade. Não havia quem a quisesse mal. Mas tinha um defeito: não visitava ninguém, muito menos doente.

Nessa família havia o Quinzote, um rapagão muito querido por todos. Dotado de muita inteligência, bondade e alegria permanente, irradiava simpatia e era cercado pela admiração do pessoal da redondeza. No entanto, como os demais parentes, elenão visitava a ninguém, nem a enfermos.

Um dia o simpático rapaz adoeceu profundamente. Seus familiares, depois de levá-lo a vários médicos inutilmente, comentavam em casa, um tanto aborrecidos:

— Os doutores disseram que o Quinzote sofre uma doença desconhecida, e que se continuar prostrado assim não terá muito tempo de vida.

Quando todos os conhecidos daquela família ficaram sabendo da doença do Quinzote, a casa deste passou a ficar permanentemente lotada de amigos de todas as idades e condições, que o confortavam carinhosamente, colaborando com o seu restabelecimento através de preces, palestras animadoras, sugestões prudentes, favores prestimosos e, principalmente, com muito calor humano. Vendo-se cercado com tanto amor e carinho, o enfermo teve uma melhora psicológica muito grande, e daí, para ficar curado por completo, bastaram apenas alguns dias.

Quinzote então se levantou jubiloso e são de forças renovadas e disposição invejável, para felicidade geral.

Desde então Quinzote e seus parentes compreenderam a importância do calor humano junto aos doentes, necessitados e amigos, pois sabiam agora que só o amor é a cura para todos os males do corpo e da alma, como também é o único poder que se iguala ao de Deus.

E aprenderam a visitar não somente os doentes e amigos, mas também os lares de amparo à infância e à velhice, os detentos, os leprosos e os hospitais.

Ainda a respeito do calor humano, da solidariedade que promana o amor, algumas trovas psicografadas por Chico Xavier.

“O ponto alto do amor

Em tudo se mostra nisso:

Entendimento e bondade

Com tradução em serviço”.

(Álvaro Novais)

 

“Amor que eu vejo na Terra

Parece, em tudo, a contento,

Clarão de felicidade

Na casa do sofrimento”.

(José Nava)

 

“Afeições!… O amor de escol

É o equilíbrio em ação,

Quem ama carrega sol

Por dentro do coração”.

(Antonio Salles)

“De todos os sentimentos

O amor, esse dom profundo

É o bálsamo com que Deus

Suprime os males do mundo”.

(Auta de Souza)

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