Home Editoriais Cidades Procura por vacina lota clínicas particulares e postos de saúde

Clínicas particulares de Anápolis têm filas para vacinação contra vírus da gripe H1N1. O mesmo ocorre na rede municipal, que antecipou a campanha de imunização

ANA CLARA ITAGIBA

Notícias falsas sobre um possível surto de gripe pelo vírus H1N1 tem causado pânico na população anapolina, o que é possível constatar passando na porta de qualquer local que tenha a vacina. As Unidades Básicas de Saúde (UBS), que receberam 20 mil doses na última semana – apenas 30% do total –, estão fazendo a imunização de pessoas de grupos de risco. Quem não se enquadra nesse critério do Ministério da Saúde acaba procurando clínicas que vendam a vacina.

A Vacine Clínica de Imunização, no Bairro Jundiaí, tem recebido cerca de 2 mil pessoas por dia. A única unidade do Laboratório Sabin que está fazendo a imunização, localizada no Centro, tem distribuído 700 senhas diariamente, todas as manhãs, para clientes que querem tomar a vacina.

A Secretaria Municipal da Saúde (Semusa) tem alertado a população para que não entre em desespero, já que os casos de gripe por H1N1 nessa época do ano são comuns e as estatísticas estão dentro do que se é considerado normal. Além disso, os números não são alarmantes. Até o último boletim, divulgado no dia 10 de abril, três casos foram confirmados – dois evoluíram para cura e um para óbito – e todos os outros 19 que estão sob investigação se configuram como Síndrome Respiratória Aguda Grave. A morte por H1N1 foi confirmada na terça-feira (10.abr) e trata-se de um homem de 42 anos.

O proprietário da Vacine, o médico infectologista Marcelo Daher, disse que a procura aumentou por parte de todos os perfis de pessoas, inclusive aqueles que não tinham o hábito de se vacinar. “Hoje eu poderia dizer que praticamente todo mundo vai à clínica”, assegurou o infectologista, que contou que não tem conseguido atender toda a demanda, já que a rede privada não é preparada para uma campanha de vacinação como a que ocorre na rede pública.

Devido a isso, a equipe tem investido em orientação. Segundo Daher, muito mais do que a vacinação em massa, é necessário tomar as medidas de prevenção, que são: evitar manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada; lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca; sempre que possível, ter um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas; manter hábitos saudáveis; alimentar-se bem; beber bastante água; não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros; caso haja indicação, utilizar uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar; evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.

“Então não há motivo para pânico. Notícias falsas, divulgadas por pessoas inconsequentes, acabam levando esse pânico para a população. A imunização é importante, mas a prevenção é fundamental”, salientou Marcelo Daher.

A gestora do Laboratório Sabin da Regional de Anápolis, Jurassi Ribeiro, explicou que a unidade recebeu 5,7 mil doses e dividiu a quantidade por dias. Lá a vacinação aconteceu entre 9 e 14 de abril, sendo que eram disponibilizadas aproximadamente 700 vacinas por dia. “Organizamos uma equipe emergencial, com 26 profissionais, para melhorar a logística e dar mais agilidade”, revelou Jurassi.

Na semana passada a co-fundadora e presidente do Conselho Administrativo do Grupo Sabin, Janet Vaz, esteve em Anápolis e visitou a unidade que estava fazendo a vacinação. Ela se surpreendeu com o fluxo de pessoas e garantiu que a equipe tem feito o possível para atender a população. “A vacina foi muito traumática no ano passado, porque só recebemos a quantidade de doses que a indústria fornecia. Foi literalmente a conta gota e não deu para abastecer todo o país. Este ano estamos conseguindo fazer isso”, disse.

O dono da Vacine ainda fez questão de lembrar que além da gripe, muitos outros vírus que causam doenças respiratórias circulam nesta época do ano. “Há quem tome a vacina e ache que está prevenido de tudo. Mas ela [vacina] não protege de todas as doenças. Elas podem acontecer e são tão graves quanto a gripe por H1N1”, disse o médico Marcelo Daher, que reafirmou a necessidade de manter todas as medidas preventivas.

Preços
Na Vacine, a vacina tetravalente – imuniza contra os vírus influenza A (H1N1), influenza B (H3N2) e os outros dois tipos de influenza B – custa R$ 90. Já no Laboratório Sabin, foram disponibilizadas 1,4 mil vacinas trivalente – imuniza contra influenza A (H1N1), influenza B (H3N2) e mais um tipo de influenza B – que estão a R$ 80. A vacina tetravalente está R$ 120.

A doença
A gripe é causada pelo vírus H1N1, do grupo Influenza A. O vírus circula na comunidade, mas, entre maio e junho, ele se prolifera mais rapidamente. Nesse período acontecem os surtos de gripes e resfriados.

A transmissão acontece basicamente pelo contato com saliva ou gotículas contaminadas, que acontecem, eventualmente, quando as pessoas tocam em objetos com essas partículas.

Os principais sintomas são mal estar, dor no corpo, febre, dor de garganta e tosse As reações mais graves são vômitos, diarreia e quadro de insuficiência respiratória.

O tratamento é realizado com medicamentos para controlar o processo infeccioso e nem sempre há a necessidade da internação da pessoa que tem um quadro respiratório.

“Não há motivo para pânico”

A campanha de vacinação contra a gripe H1N1 na rede municipal de saúde de Anápolis teve início nesta sexta-feira (13.abr). Idosos, trabalhadores da saúde e pessoas com doenças cardíacas e respiratórias graves integram o primeiro grupo a receber a vacina. Em Goiás a imunização começa dez dias antes dos outros estados porque foram registradas oito mortes em decorrência da doença.

Em Anápolis, até o dia 10 deste mês foram constatados três casos – dois evoluíram para cura e um para óbito – e todos os outros sob investigação se configuram Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Esses números, afirma o coordenador da Vigilância em Saúde do município, Júlio César Espíndola, comprovam que não há motivo para que as pessoas entrem em pânico. “Não estamos vivendo uma epidemia, mas a ocorrência antecipada da doença, o que nos dá um sinal de alerta para reforçar alguns cuidados básicos”, afirma. A Campanha de Vacinação contra Influenza 2018 acontece entre os dias 13 de abril e 1º de junho.

O coordenador de Vigilância em Saúde explica que a infecção pelo vírus H1N1 é comum entre os meses de maio e julho, mas neste ano, por algum motivo ainda não identificado, houve uma antecipação. Ele orienta a tomar medidas de precaução como evitar levar crianças pequenas, gestantes ou idosos a locais onde há aglomerações; lavar sempre as mãos com água e sabão ao voltar da rua ou sempre que tiver contato com muitas pessoas; usar lenços de papel ao tossir e espirrar; e, diante de qualquer sinal de alarme como febre alta, falta de ar e dor no corpo procurar, imediatamente, auxílio médico.

Cronograma de Vacinação H1N1 2018

Programação
13/04 a 1º/06
13/04 a 20/04: trabalhadores da saúde, idosos e portadores de doenças crônicas
23/04 a 27/04: gestantes, mulheres no período pós-parto e crianças
30/04 a 11/05: professores
14/05 a 01/06: todos os grupos prioritários da campanha
População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional: será agendado com cada instituição dentro do período de campanha.

Vacinação contra H1N1 nas seguintes Unidades de Saúde
JK
Bairro de Lourdes
Jardim Alvorada
Maracanã
São Lourenço
Anexo Itamaraty
Bandeiras
Pireneus
Vila União
Arco Verde
Munir Calixto
Vila Esperança
Calixtolândia
São Carlos
Jardim Suíço
Fabril
Ilion Fleury (antiga Osego)
CAIS Progresso
Jardim Guanabara

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