Home Editoriais Cidades Após paralisação, sindicatos terão agenda com o prefeito Roberto Naves

ANA CLARA ITAGIBA

Na última quinta-feira (19), o Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Ensino de Anápolis (Sinpma) realizou uma paralisação de alerta no saguão da Prefeitura. Segundo o sindicato havia cerca de 800 servidores públicos, entre eles professores e funcionários da área administrativa das escolas do município.

De acordo com a presidente do Sinpma, Márcia Abdala, a paralisação foi uma decisão conjunta entre a categoria durante uma assembleia realizada no dia 5 de outubro. “A reivindicação dos servidores diz respeito à titularidade, que não tem sido paga; as progressões de carreira, que não estão sendo assinadas (P3 para P4 e P4 para P5); a questão da majoração da lista do ISSA de 11% para 14% e por estenderem as gratificações e depois voltarem atrás com alguns e outros não. Além disso, somos contrários a medidas como, querer fazer OS com as escolas conveniadas e depois voltar atrás”, explicou Márcia ao dizer que a categoria não pode ser penalizada pela falta de arrecadação e da crise econômica.

A representante classista disse ainda que conversou com o secretário municipal de Educação, Alex Martins, e o procurador geral do município, Antônio Eli, depois dessa possibilidade de majoração de índice e a retirada de gratificação, mas até aquele dia não havia conseguido conversar com o chefe do executivo, Roberto Naves (PTB).

Ainda na quinta-feira, o Sinpma e mais quatro entidades classistas anapolinas se reuniram com o prefeito, para apresentar suas propostas. Segundo Márcia, ficou definido que o Executivo apresentará uma proposta nessa semana no que diz a respeito das gratificações dos professores AEE (Atendimento Educacional Especializado). Quanto às progressões, foi verificado que o quantitativo de vagas não tem sido alterado de acordo com a demanda e por isso vão fazer uma consulta para saber quais são as vagas ociosas – professores aposentados – e assim liberá-las. Outro ponto discutido foi a questão do Instituto de Seguridade Social dos Servidores Municipais de Anápolis (ISSA), onde foi entregue ao prefeito um documento dizendo que a categoria é contrária ao aumento da alíquota, a cópia de todas as atas das assembleias realizadas pelo sindicato e um documento do Conselho Municipal de Previdência (Comap). “O presidente da Câmara Municipal, o vereador Amilton Filho estava presente e disse que uma audiência pública no dia 25. A nossa crítica é só com relação de que haveria essa audiência pública e não havia nem o local. Ele disse que estaria resolvendo essa situação para mandar o convite da audiência pública para estar discutindo todos esses pontos”, contou.

Ficou definido na reunião do dia 19 que o prefeito se reunirá com todas as entidades classistas durante esta semana. O Sinpma será o primeiro deliberar e logo depois o SindSaúde, SindAnápolis, Sinteea e Siftran. “Quando saímos de lá, era quase 22h e ficou estabelecida apenas a ordem que ele vai receber. Eles não nos disseram a data nem a hora, mas disseram que será semana que vem. A reclamação geral é justamente a dificuldade de falar com o prefeito”.

Márcia disse que a paralisação teve como objetivo mostrar como os professores estão descontentes. “A nível nacional, essa majoração de 11% para 14% está paralisada. Não há nem previsão de que isso seja aprovado no mandato do presidente Michel Temer. Só Anápolis quer passar esse aumento de alíquota para frente, antes mesmo de ser aprovada a nível nacional, coisa que a gente acha que não vai acontecer. Se precisar nós vamos paralisar novamente, ir para as ruas. Vamos brigar pela manutenção do nosso sustento”.

O Estatuto do Magistério, que prevê questões como plano de carreira e remuneração dos servidores públicos, foi aprovado em 2009. A presidente do Sinpma reforçou que é muito importante cumprir tudo que está dentro do Estatuto, uma vez que ele garante valorização dos profissionais que fazem parte da maior categoria que existe atualmente. “A paralisação é o Dia D da Educação, um dia de valorização onde nós iremos cobrar justiça”, garantiu Márcia Abdala.

Executivo
Na terça-feira (17) a reportagem do JE conversou com o secretário municipal de Educação, Alex Martins, sobre a atitude dos servidores públicos. Ele afirmou que ninguém o procurou antes de anunciar a paralisação de alerta e só ficou sabendo depois que já haviam divulgado a informação.

O secretário disse ainda que desde o primeiro momento, vem atendendo todas as reivindicações do Sinpma, dentro das suas possibilidades. “É importante dizer que desde o início do ano o prefeito, diferentemente de outros municípios, respeitou o aumento do PIS salarial de outros profissionais. Fez isso de forma muito rápida, diferentemente de outras cidades do interior, o qual inclusive foi parcelado. Nós respeitamos o aumento de 7,64%, em vários outros ambientes dos quais foram pautados”, defendeu.

Alex fez questão de ressaltar que a Secretaria de Educação está de portas abertas para receber qualquer pessoa que contribua para o ambiente escolar do município. “Nós contamos com cerca de 4 mil funcionários de 36 mil alunos, ou seja, 40 mil dependem hoje do processo educacional. Então, o Executivo, através da Secretaria de Educação irá recepcionar qualquer um que deseja sugerir ou questionar algo. Vamos fazer isso sem nenhuma dificuldade”, destacou.

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