Home Editoriais Política “Mesmo com crise, economia goiana crescerá em 2015”

Governador Marconi Perillo participou da 44ª Reunião do Conselho Consultivo World Trade Center, um dos maiores clubes de negócio do País, em evento realizado em São Paulo

DA REDAÇÃO

Por meio do planejamento, inovação administrativa e parceiras, a economia goiana vai continuar crescendo neste ano. A afirmação foi feita na sexta-feira (21) pelo governador Marconi Perillo (PSDB), durante a 44ª Reunião do Conselho Consultivo World Trade Center, um dos maiores clubes de negócio do País, em São Paulo. O evento, que reuniu mais de 50 empresários de diferentes ramos, se propôs a discutir tendências econômicas e mostrar expertises de sucesso no País. Além de Marconi, também palestraram o ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Loyola, presidente da Cielo Brasil, Rômulo Dias.

A ideia do clube de negócios empresarial é promover a viabilização de mercado e a troca de experiências para os sócios, por meio de networking (rede de contatos). Neste modelo de fórum, executivos de destaque nacional se reúnem para debater temas que se apresentam como tendência, em comitês temáticos, com objetivo de prospectar e imprimir prosperidade aos negócios. Nas últimas reuniões do Conselho Consultivo do WTC, ocorridas no último mês de julho, as palestras foram apresentadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Gonçalves Pereira.

Marconi destacou que, mesmo com a crise econômica que atinge o País, a econômica goiana deve crescer neste ano como fruto de uma política de Estado desenvolvida nos últimos anos. Segundo ele, uma das missões de suas gestões foi transformar o potencial local em desenvolvimento e grandeza. “Antes, eram poucas oportunidades para as pessoas, para as empresas e uma infraestrutura e uma logística atrasadas e sucateadas. Sabíamos que podíamos crescer. Buscamos inovar, fazendo mais com menos. Modernizamos a máquina administrativa e passamos a encarar a iniciativa privada como parceiros para atingir nosso objetivo de desenvolvimento”, explicou.

Dentro desta perspectiva gerencial, ele disse que sua administração deu ênfase ao modelo de gestão por Organização Social (OS), a partir de 2002, na área de saúde. Hoje já são 15 unidades geridas por este modelo no Estado. Os resultados, afirmou, foram qualitativos e quantitativos. Agora, o Estado se prepara desenvolver este tipo de parceria na área de educação. “Não é fácil quebrar paradigmas. Existem muitos vícios administrativos e de mercado que dificultam as mudanças. Resolvemos fazer uma mudança forte nestas áreas com objetivo avançar os resultados”, destacou.

Marconi mostrou aos presentes que, com a implantação de uma nova administração baseada no planejamento de médio prazo, o Estado antecipou os reflexos da crise econômica que atinge hoje o País e reduziu o número de secretarias de 16 para 10, ainda no ano passado, extinguiu 5 mil cargos comissionados e 9 mil temporários. “Refizemos o orçamento do Estado e otimizamos os recursos humanos. Apesar de todos os estados do Centro-Oeste crescerem acima da média nacional, é preciso ter uma posição sinérgica com o governo federal para que a moratória não seja pedida por eles”, disse.

O enxugamento da máquina foi acompanhamento pelo avanço da oferta de serviços públicos oferecidos à população: “Reformulamos e ampliamos o atendimento da população com a expansão das unidades do Vapt Vupt por todo o Estado e o Estado alcançou o 1° lugar do Ideb do Ensino Médio e 2° lugar no Ensino Fundamental. Mas ainda acho pouco. As notas foram baixas. Por isso quero mudar o conceito de gestão das escolas. Se deu certo na saúde, vamos conseguir avançar mais na educação.”

Ele frisou que, de 1998 para cá, o PIB do Estado cresceu oito vezes, as exportações 10 vezes e houve avanço na agregação de valor da produção local, criando milhares de empregos e dando o tom do crescimento esperado para este ano. “Diversificamos a economia, dobramos os parceiros, realizamos programas de redistribuição de renda, diminuímos a desigualdade. Tivemos um crescimento produtivo, que significou melhor distribuição de renda. Este cenário reflete a nossa projeção de avanços econômicos”, disse.

Sobre o futuro, Marconi disse que a inovação é que vai ditar os rumos da economia. “Acreditamos que a capacidade de se renovar do setor é que dará condição de crescimento”, destacou. Para finalizar, citou o eixo Goiânia-Brasília, como de maior potencial para investimentos e destacou que Goiás está focado em competitividade. “Estamos trabalhando para chegar entre os primeiros mais competitivos do País”, assegurou.

 

Alicerce

Um dos alicerces do Estado nesta jornada de crescimento foram os incentivos fiscais e a segurança jurídica nos negócios firmados pelo Estado, por meio de sua política de fomento e captação de novos negócios, afirmou o governador Marconi Perillo. “Tivemos R$ 1,5 bilhão de investimentos confirmados nos últimos 12 meses. Em plena crise econômica que atravessa o País, temos em Goiás investimentos acontecendo. É claro que não somos uma ilha. Também sofremos os efeitos da crise. Mas procuramos contorná-los com criatividade e sensibilidade”, afirmou.

Ele revelou que o governo de Goiás negocia hoje R$ 1,1 bilhão em novos investimentos no Estado, até o final do ano, junto a indústrias do setor de alimentos e bebidas, mineração, logística e serviços.

 

Expectativa

O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, durante a palestra inaugural do evento, disse que não é correto associar a desaceleração da economia do País com o cenário mundial e que há um alto risco de perda de investimentos. “Há um descolamento da curva de produção industrial do País com o mundo a partir de 2011. Temos de buscar, aqui dentro, as causas dessa recessão. A instabilidade política contribui muito. A avaliação negativa das agências afasta o investimento,” observou.

Ele ainda afirmou que há em curso uma tentativa de reconstrução do tripé macroeconômico (política fiscal, monetária e cambial), guiada pelo ministro Joaquim Levy e que, no cenário internacional, a desaceleração da China ameaça. “Aguardamos os resultados. Há uma deterioração econômica e uma turbulência política em curso. Superado o difícil ano de 2015, o País terá um longo caminho para retornar a evolução econômica mais saudável. A ausência de reformas limita o crescimento nos próximos anos. O caminho é longo e árduo”, disse.

O presidente da Cielo, Rômulo Dias, disse que a crise pode ser contornada: “Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Apesar das turbulências do mercado nossa meta é seguir crescendo, com players mais agressivos”. Segundo ele, inovar e investir em governança corporativa é fundamental. “Temos de agregar valor ao produto e trazer valor para o cliente,” destacou.

 

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